Bolsonaro condena ato terrorista e embarca para a Flórida
Em live a dois dias da posse de Lula, presidente afirma que não é hora do ‘tudo ou nada’. Diário oficial indica viagem aos EUA até 30 de janeiro.
Em live na manhã desta sexta-feira (30), Jair Bolsonaro condenou o ato terrorista de um apoiador, preso no sábado (24) sob suspeita de montar um explosivo em um caminhão de combustíveis próximo ao Aeroporto de Brasília — no apartamento em que ele foi preso havia um arsenal de armas e munições. O presidente, porém, fez críticas à abordagem da imprensa.
“Nada justifica aqui em Brasília essa tentativa de ato terrorista no aeroporto de Brasília. Nada justifica. Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão. Agora massifica em cima do cara como bolsonarista o tempo todo. É a maneira da imprensa tratar” – Jair Bolsonaro – presidente do Brasil
Desde que perdeu a eleição em 30 de outubro, Bolsonaro fez discursos dúbios para os apoiadores que se aglutinaram em rodovias e em frente a quartéis. O presidente pediu o desbloqueio de estradas, mas incentivou manifestações “ordeiras”. Muitos dos protestos, porém, foram violentos. Houve ataques a policiais rodoviários federais. Em Brasília, ônibus e carros foram incendiados por pessoas que não aceitam a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva, que toma posse no domingo (1º).
Ainda na live, Bolsonaro afirmou que tentou questionar o resultado das urnas “dentro das quatro linhas da Constituição”. E evitou fazer ataques diretos ao sistema eleitoral, algo que havia feito repetidamente antes. “Ou vivemos numa democracia ou não vivemos. Ninguém quer uma aventura”, afirmou. Ele disse que agora é um momento de atuar com “inteligência”.
“Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostra que somos diferentes”, afirmou. Dizendo que o Brasil “não vai acabar em 1º de janeiro”, ressaltou que “nada está perdido”. O presidente ainda fez comentários sobre o novo governo, que segundo ele começa “capenga”. Ele criticou nomes indicados para o futuro ministério.
Horas depois, Bolsonaro embarcou num voo em Brasília rumo a Orlando, no estado americano da Flórida. O Diário Oficial da União desta sexta (30) trouxe uma autorização para que assessores acompanhem Bolsonaro na viagem até 30 de janeiro. O presidente, portanto, não passará a faixa para o sucessor na posse de domingo (1º), atropelando um rito democrático. A Presidência fica nas mãos do vice Hamilton Mourão até o novo presidente assumir.
Fonte: Nexo
