Cachoeirense é uma das protagonistas do 2º Encontro da Irmandade dos Mártires
Nos dias 13 e 14 de julho, na Casa de Espiritualidade Martirial Pedro Casaldáliga, em Ribeirão Cascalheira, no Mato Grosso, foi realizado o 2º Encontro da Irmandade dos Mártires com o tema “Nas causas da vida, as causas do Reino” e o lema “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33).
Claudelice Santos, que dirige uma fundação que lembra pessoas assassinadas no Brasil por defenderem o meio ambiente, o Instituto Zé Cláudio e Maria, resumiu este Segundo Encontro como um espaço de transmissão de força e esperança: “Foi extraordinário e resiliente, principalmente pela força e porque optamos por dar continuidade às lutas da Igreja e às suas causas através desta Irmandade dos Mártires”.
Entre os participantes estava a Irmã Josefina Casagrande, missionária agostiniana recoleta, cujo papel fundamental foi propor, relembrar, promover e destacar o exemplo da religiosa Cachoeirense Cleusa Carolina Rody Coelho, membro de sua Congregação e da Família Agostiniana-Recoleta assassinada em Lábrea (Amazonas, Brasil) por sua defesa dos direitos dos povos indígenas.
Um total de 120 pessoas representantes de ordens e congregações, fundações e sindicatos, instituições e pessoas em particular, que lutam pela preservação da Amazônia e de seus povos se reuniram na devesa dos direitos humanos e pela ecologia integral. Entre os brasileiros presentes, também havia convidados da Guatemala e da Alemanha.
Ir. Cleusa Carolina
Cleusa Carolina Rody Coelho nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, em 12 de novembro de 1933. Estudou no Colégio João Bley, no Município de Itapemirim, onde realizou o curso primário e depois estudou no Colégio Estadual Muniz Freire – Liceu, em Cachoeiro de Itapemirim, local que recebeu a medalha de ouro por ser a melhor aluna, por dois anos seguidos.
Por ter sido considerada a melhor aluna no curso de Magistério, recebeu do Governo do Estado, como prêmio, o direito de exercer o trabalho de Professora na escola que escolhesse, sem necessitar entrar em concurso de ingresso e remoção. Cleusa, nesse exato momento, escolheu deixar tudo e ingressar na vida religiosa.
Esteve em missão nos seguintes locais: Lábrea e Manus, no Amazonas; Colatina e Vitória, no Espírito Santo.
No dia 28 de abril de 1985, Irmã Cleusa, foi assassinada, às margens do Rio Paciá, na Prelazia de Lábrea, Amazonas. Portanto, dedicou 32 anos de sua vida missionária ao serviço dos mais empobrecidos: hansenianos, presidiários, cegos, menores de rua e índios.
A exumação de seu corpo se deu no dia 23 de maio de 1991. Os restos mortais foram depositados na Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Lábrea, no Amazonas.