Café e cajá, juntos na mesma propriedade
Café sombreado: consórcio de café com cajá gera renda e conforto térmico para o agricultor e para a lavoura em Boa Esperança
Plantios de árvores e espécies frutíferas em meio às lavouras de café têm proporcionado boas experiências de diversificação produtiva e geração de renda para agricultores capixabas. No município de Boa Esperança, o produtor Doriédson Thomazini consorcia café conilon com cajá e demonstra como os Sistemas Agroflorestais (SAF’s) podem proporcionar ganhos produtivos e ambientais.
“A minha experiência de consórcio de café com cajá começou há cinco anos. Eu queria ter outra fonte de renda e tive a ideia de colocar o cajá no meio do café para otimizar a área, já que minha propriedade é pequena. Além disso, eu contava com a facilidade de ter uma fábrica de polpa de frutas no município, para onde poderia vender meu produto”, contou o agricultor.
Segundo ele, o café estava sofrendo muito devido às altas temperaturas e o sombreamento parcial foi uma opção encontrada para amenizar o impacto do sol nas lavouras. “Tenho percebido que nas lavouras a pleno sol o café está mais queimado, mais ‘chocho’, e onde está sombreado com cajá, o café possui mais qualidade, as plantas estão mais verdes e preservadas”, relatou Doriédson, que também cultiva pimenta-do-reino.
A escolha do cajá para realizar o consórcio com o café não foi ao acaso. “O café é uma cultura tropical que necessita de luz e o cajá casa bem com essa planta. No período de inverno, quando há menor incidência de luz solar, as folhas do cajazeiro caem, permitindo a passagem da luz para o café. A partir de outubro, quando começa a esquentar, as folhas do cajá rebrotam e produz a sombra necessária no café até o mês de fevereiro”, explicou Doriédson, que possui quatro hectares de café consorciados com cajá.