CAFEICULTORES
Ontem foi o Dia Nacional do Café. Minha homenagem é hoje, pois, por ser segunda feira, estão todos na labuta. (Texto n° 294)
Título dado aos homens e mulheres que trabalham nas lavouras de café. Por nosso município ser grande produtor de café conilon, vou ater-me a esta variedade. Formar uma lavoura não é tarefa fácil. Se for irrigada, se torna mais difícil ainda, pois o investimento é alto e nem todos os produtores dispõem de água em abundância. Antigamente dizia-se que o café conilon era igual a “capoeira”. Não necessitava de grandes cuidados. Isso é mito. Também não era cultivado em lugares de altitudes elevadas, pois não produzia bem. Hoje, com as novas tecnologias, planta-se em quase todos os lugares. Se a planta não for bem manejada a colheita será fraca. Como é sabido, é preciso corrigir com calcário a acidez da terra, escolher mudas de ótima procedência, fazer as covas com espaçamento adequado e adubá-las antes de receber as respectivas mudas. Uns optam por plantas convencionais, produzidas a partir das sementes e outros porém, por mudas clonais originárias dos próprios brotos. Lavouras plantadas, começa um longo período até a colheita que chega de dois à três anos após o plantio. A espera é grande e a expectativa de uma ótima produção, maior ainda. Quando floresce, a torcida é imensa no sentido das flores vingarem e consequentemente garantir os grãos. Quando começa a granar, preces são elevadas por um tempo bom e que não “choche” os caroços. Aqui em Iconha as lavouras dão um requinte à nossa paisagem. Já tivemos o título de terra da banana e hoje podemos nominar o nosso município de terra do café conilon. Ao longo dos anos, o poder público, o Incaper, os viveiristas e os vendedores de mudas especiais, tiveram papel fundamental no aumento da produção e melhoria da qualidade. Nesta época do ano chegam aqui centenas de “panhadores” de café em busca de uma renda extra e o café movimenta um grande volume de dinheiro além de gerar impostos para os cofres públicos e proporcionar melhores condições de vida à meeiros e patrões. Claro que já houve épocas em que agricultores arrancaram suas lavouras pra plantarem capim, mas hoje a situação econômica está razoável. É bom lembrar também que a palha obtida na pilagem dos grãos é usada como adubo e centenas de empregos são gerados temporariamente. Bem meus amigos leitores, o meu objetivo aqui é prestar uma homenagem a todos que trabalham nessa atividade, mas principalmente parabenizar os “panhadores”. Homens e mulheres que levantam cedo e ao clarear do dia começam sua tarefa. Encontram logo cedo o cafezal molhado de sereno e enfrentando o frio não escapam de ficarem molhados. Cidadãos honrados que , para não “perderem tempo”, deixam para carregar os sacos quando começa a escurecer. Uns trabalham à dia, outros porém, por saco de cinquenta e seis quilos colhido. Muitas vezes, por causa das condições meteorológicas, acabam pegando um resfriado e infelizmente “perdem” dias e a renda diminui. Muitos, não estando em bom estado de saúde, teimam em trabalhar assim mesmo. Não e fácil, mas os valentes guerreiros não esmorecem diante às dificuldades. Hoje muitas famílias estão bem financeiramente e muitos meeiros se tornaram proprietários. E o café conilon é um dos principais responsáveis por isso. Parabéns a todos os cafeicultores: Panhadores, puxadores, viveiristas, assistentes técnicos, comerciantes, donos de secadores, associações, vendedores de insumos e meeiros. Parabéns a todos que, de uma forma ou outra, trabalham na cadeia produtiva do café!
(José Alberto Valiati – 25/05/2020)