Cantora Ilus lança álbum inspirado na autoestima da pessoa autista

Com atuação destacada nas questões sociais, artista multilinguagem disponibiliza o primeiro single do seu novo álbum no dia 18 de junho, data em que se comemora o Dia Mundial do Orgulho Autista

Artista multilinguagem com atuação destacada nas questões sociais, a cantora, compositora, atriz e escritora Ilus escolheu a data de 18 de junho, quando se comemora o Dia Mundial do Orgulho Autista, para iniciar a divulgação do seu novo álbum, “Natureza Líquida”.

Gravado no Estúdio de Música da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a obra reúne nove composições e um poema da cantora, com o acompanhamento da violonista Cris Bravin. A primeira música a ser disponibilizada nas plataformas digitais chama-se “Quebra-cabeças”, e versa sobre a construção da autoestima da pessoa autista. 

Em seguida, Ilus irá disponibilizar as faixas “Verdades Mortais” (29 de junho) e “Canto Vadio” (14 de julho), com o álbum completo indo para as redes em 28 de julho, juntamente com o single “Ogiva”. No dia 20 de julho, às 20h, a cantora vai promover uma audição coletiva do álbum, no Estúdio de Música da Ufes, com vagas limitadas.
O lançamento de “Natureza Líquida” integra o Projeto “TransIlustríssima”, selecionado pelo Edital de Produção, Difusão e Distribuição Musical da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-ES).
Camaleônica
Artista camaleônica, Ilus transita com desenvolvura pelo canto lírico e popular, em óperas, na poesia e nos palcos. Quem acompanha seu trabalho na cena cultural de Vitória (ES) certamente já a viu interpretando blues, jazz, música eletrônica e funk feminista, entre outros gêneros musicais. Em seu novo álbum, a artista busca uma sonoridade intimista ao unir a sua voz potente ao violão sensível de Cris Bravin. “Apesar de ser um álbum gravado com apenas esses dois instrumentos, está longe do que se imagina como o estilo de ‘voz e violão’ difundido pela bossa nova”, define Ilus. “É forte, fantástico em muitos momentos, provocativo e cheio de afetos”, adianta a artista.

Musicalmente, as canções do álbum “Natureza Líquida” se situam entre tensão e relaxamento, ira e delicadeza, caos e serenidade, angústia e inquietação. Ilus apropria-se do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade – que defende a ideia de um país miscigenado, que “devora” outras culturas do estrangeiro, devolvendo-as ao mundo à sua maneira – para elaborar a sua criação artística.

 “Natureza Líquida é uma fase musical mais introspectiva, que registra um amadurecimento em relação ao meu processo composicional. Eu queria muito fazer um álbum que tivesse uma sonoridade mais próxima do rock dos anos 1980, ao mesmo tempo em que também bebesse de outras fontes, como a música popular brasileira e a trilha sonora com uma pegada mais fantástica. De certa forma, acabei criando uma sonoridade muito própria, que une as músicas, ainda que em ritmos diferentes”, observa a cantora.

Autora de dois livros, ela compreende a palavra como força motriz de sua arte: “A letra ainda guia todos os afetos. Com certeza é a parte da música que mais me atenho, pois, para mim, o poema é a palavra em forma de arte. Tem som, tem ritmo, mas também é capaz de dizer o que o discurso não consegue. O poema abarca os sonhos, os desejos e as flutuações”.

Espectro autista
 Diagnosticada há dois anos com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), Ilus propõe em sua obra um olhar sobre a realidade desse segmento da sociedade, sempre sob o prisma do respeito às diferenças. Engajada na luta por equidade social, a cantora faz palestras sobre o modo de vida das pessoas autistas e é uma das administradoras do Adultos no Espectro, plataforma de soluções em saúde mental que conta com mais de 25 mil seguidores no Instagram.

O diagnóstico significou um novo começo na sua vida, inspirando composições como “Quebra-cabeças”, que nasce como um desabafo movido pelo desejo de afirmação. “Essa música é uma crítica aos falsos profetas, os que vendem curas, os que ganham dinheiro com o desconhecimento e com a manutenção do sofrimento. Para essas pessoas, ter pessoas autistas bem, felizes e adaptadas na sociedade é pouco interessante. Ter pais desesperados e pessoas que pensam que o autismo é um fardo se converte em lucro. Por isso, eles mesmos criam e alimentam o sofrimento. Eu quis caminhar na direção oposta. Quis me afirmar como potência. Sei quem eu sou e sei que dentro de mim há infinitas possibilidades de existência”, afirma.

Todas essas faces de Ilus compõem o conjunto de uma artista que vive em constante processo de mutação e que entende a arte como instrumento de transformação social. “Sou uma pessoa que luta por um mundo mais gentil, onde as pessoas tenham direito de ser quem são e, dessa forma, serem respeitadas, valorizadas e terem espaço à cidadania plena. E quando me descobri sendo uma pessoa autista, não poderia deixar de abraçar essa luta também no meu trabalho”, reitera.

  • ACOMPANHE OS LANÇAMENTOS DE ILUS:

Quebra-Cabeças – dia 18 de junho – Dia Mundial do Orgulho Autista
Verdades Mortais – dia 29 de junho
Canto Vadio – dia 14 de julho
Ogiva + Álbum completo “Natureza Líquida” – dia 28 de julho
Onde ouvir: plataformas digitais Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music

  • AUDIÇÃO COLETIVA DO ÁLBUM “NATUREZA LÍQUIDA”

Data: 20 de julho
Horário: 20h
Local: Estúdio de Música da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no campus de Goiabeiras, Vitória
Entrada: gratuita

  • Vagas: limitadas e sujeitas à capacidade do espaço
  • FICHA TÉCNICA DO ÁLBUM NATUREZA LÍQUIDA:

 Compositora e intérprete: Ilus
Produção Musical: Ilus e Daniel Tápia
Violão: Cris Bravin
Gravação: Estúdio de Música da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
Engenharia de gravação: André Akira, Marco Cavalca e Daniel Tápia
Mixagem e masterização: Daniel Tápia

  • FAIXA A FAIXA POR ILUS:

Faixa 1: O Cheiro da Morte e Faixa 2: A Hora do Não Ser
O álbum começa com o poema “O cheiro da Morte”, que compõe, junto com a primeira faixa, reflexões sobre os primeiros sentimentos do início da pandemia. O caos político e social, aliado ao medo, leva a compositora a buscar refúgio e silêncio nos ensinamentos da natureza. Texto apoiado no livro “O Amanhã Não Está à Venda”,de Ailton Krenak. 

Faixa 3: Canto Vadio
Mostrando uma variedade rítmica muito rica, Ilus resgata um lado mais latino na sonoridade da música brasileira. “Canto Vadio” fala sobre expectativas frustradas, e sobre como toda reviravolta tem um pouco de morte e um pouco de reinvenção.

Faixa 4: Anjo Decaído
Nessa faixa, Ilus usa a metáfora de Ícaro para descrever como se sente como pessoa autista no mundo. Suas potencialidades e a grandeza de seus sentimentos são comparadas com asas de cera, que lhe permitem voar, mas que se derretem ao calor do sol, em uma analogia à sua sensibilidade sensorial e emocional.

Faixa 5: Verdades Mortais
Com um baixo bem marcado, “Verdades Mortais” traz os conflitos de uma pessoa com seus dilemas entre o que deseja e o que consegue realmente dar e sobre como um comportamento pode ser classificado como loucura, ou ser invalidado pela maneira como ele é expresso. 

Faixa 6: Quebra-Cabeças
Ilus fala sobre a construção da autoestima da pessoa autista. O Símbolo do Quebra-cabeças, popularmente conhecido como o símbolo do autismo, é usado como trocadilho em sua música, quando pede: “Quebra essa cabeça!” (Pare para pensar! Pense diferente!).

Faixa 7: Amor do Fim do Mundo
Em uma pegada mais romântica, Ilus fala de amor num cenário onde as certezas não existem. É possível amar quando não há parâmetros para se guiar? Como é amar num mundo adoecido e caótico? Uma música cheia de elementos lúdicos que cria uma atmosfera de fantasia para falar dos sentimentos mais profundos.

Faixa 8: Antes que o Mundo Acabe
O cenário é de isolamento social, a vacina que não chega, as pessoas relaxando os cuidados sobre a contaminação. Diante do caos, como se colocar e preservar a saúde mental?

Faixa 9: Sou Pequena e o Mar é Grande
Em uma música de uma sinceridade tocante, a compositora coloca como se sente pequena diante das mídias sociais, da profusão de pessoas e do mundo cheio de movimentos e estímulos. 

Faixa 10: Ogiva
A última música do álbum fecha a ideia do mesmo. Ilus fala poeticamente sobre meltdown, uma crise comum para pessoas do espectro autista por sobrecarga sensorial ou emocional, e da beleza que é se desfazer em líquido para depois se recompor. É sobre a beleza de existir que se trata todo esse trabalho.

  • SAIBA MAIS SOBRE ILUS

Cantora, compositora, atriz, poeta e dramaturga, Ilus possui uma trajetória no mínimo inusitada. É doutora em Geofísica Espacial e abandonou a carreira acadêmica para se dedicar às artes. Inicialmente, apresentava-se com o nome de Patricia Eugênio, depois como Patricia Ilus e, a partir de 2023, assume Ilus como nome artístico. A artista possui vasta participação em concertos, óperas e shows. Estreou na ópera em 2012, com o papel da Irmã Genoveva, em “Suor Angelica”, de Giacomo Puccini. Em 2014 fundou o grupo Opera Prima, que já produziu três óperas, um espetáculo de rua e qu atro concertos. Em 2018 fez o papel de Hare Krishna na adaptação do musical “Hair”, no Teatro Glória. Tem dois livros publicados: “Notinhas Poéticas” (2017) e “Cabelos e Corpos – Uma dramaturgia das Flutuações” (2020), e duas dramaturgias junto ao grupo Elas Tramam, “[Entre]” (2018) e “Eva Gina” (2019).
É pós-graduada em Canto e Expressão, e em 2018 iniciou o projeto intitulado “Meu Corpo Fêmea”, que envolveu música autoral, clipes e shows e que se encerrou com o lançamento do seu primeiro EP, em outubro de 2021. Compôs a trilha sonora da peça infantil “Geladeira Mágica” e foi idealizadora e diretora artística do espetáculo “A Filha do Regimento”, que promoveu a primeira ópera regida por uma orquestra formada exclusivamente por mulheres no Espírito Santo.
Entre os seus trabalhos artísticos também se destacam as lives “Essa Rua Pode ser Minha” (2021), reunindo músicas eruditas brasileiras com arranjos populares, viabilizada pela Lei Aldir Blanc, por meio da Prefeitura Municipal de Vitória; “Da Porta pra dentro” (2020), como parte do Cultura Conecta, Edital Emergencial da Secretaria de Estado da Cultura; e “Ilus in Funk” (2020) – Arte em Casa, por meio do Edital Emergencial da Prefeitura Municipal de Vitória. O conjunto de seus vídeos e lives está disponível em seu canal no YouTube: www.youtube.com/c/p atriciailus.

  • ILUS POR ELAS E ELES:

LULU SANTOS, COMPOSITOR
Querida Patricia, acabei de ver você cantando e percebi que você tem uma voz espetacular. Também vi o teaser do seu videoclipe e fiquei encantado com o seu trabalho e o seu engajamento com a questão da violência contra a mulher e as causas LGBT; portanto, “tamo junto”.

MILER EZEQUIEL, MÚSICO
Vendo o clipe dessa música entendi de uma vez por todas que você é uma das melhores pessoas que já conheci. Parabéns pela sua luta, pela sua arte. Parabéns por estar usando seu talento para dar voz, para ter voz (e que voz)!
LUCIA EUGÊNIO, FÃ
Esta luta para conscientizar sobre a naturalidade que há na diversidade de sentimentos pode ser dura, mas é válida. Todo recurso que se enxergue pode e deve ser usado. Patrícia, você é fantástica e corajosa, e mesmo que assuste pelo inesperado, o entendimento chega inevitavelmente. Parabéns!

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