CÃOTERAPIA: Primeira visita canina traz alegria e esperança a paciente do Hospital Estadual de Urgência e Emergência “São Lucas”
Aos 11 anos, o cachorro Fofinho esbanja simpatia. Em poucos minutos, sua presença encheu a UTI B do Hospital Estadual de Urgência e Emergência “São Lucas”, em Vitória, de suspiros, lágrimas e uma deliciosa sensação de esperança. A primeira visita canina na unidade deu início a “Semana de humanização do SUS”, que aconteceu entre 22 a 26 de abril, e abriu as portas para que a “cãoterapia” se torne mais uma ferramenta para enriquecer a experiência do paciente e tornar o período de internação mais leve.
Logo em sua primeira visita, Fofinho deixou todos emocionados. Sem raça definida, ele foi resgatado ainda filhote em uma feira por sua tutora, Jacy Premoli, que está há mais de uma semana internada na unidade. A paciente, uma simpática senhora de 91 anos, não parava de agradecer à equipe pela visita de seu animal de estimação, considerado como “filho” por ela, ao mesmo tempo que fazia questão de repetir, enquanto o abraçava, que ia se recuperar rapidinho para voltar logo e cuidar dele.
A família de dona Jacy também engrossou o coro dos emocionados com a visita de Fofinho, que não desgrudou da tutora durante todo o tempo que esteve no hospital. As sobrinhas Kely e Camila Matias contaram que a tia deu entrada na unidade em decorrência de uma fratura no fêmur e desde então tem recebido um tratamento excelente, o que deixou ambas impressionadas, satisfeitas e confiantes de que em breve ela estará de volta para cuidar pessoalmente de Fofinho. “Sabíamos que o hospital era referência em trauma, mas não imaginamos encontrar uma equipe tão cuidadosa, um ambiente tão acolhedor e organizado. Só temos a agradecer por todo carinho, cuidado e profissionalismo com a minha tia. Ela, e nós também, só temos elogios”, comemorou Kely.
A psicóloga Jauberleia Batista, que acompanha os pacientes da UTI, comemorou a visita e reforçou a importância da iniciativa, não só para a paciente, mas como uma terapia promissora que já é uma realidade em grandes hospitais do País. Segundo a profissional, a “cãoterapia” tem se mostrado uma forma válida de melhorar a interação entre os pacientes e a equipe multiprofissional, minimizar os efeitos negativos da internação, como a solidão e o medo, além de diversos outros benefícios, desde que os animais passem por uma rigorosa triagem e as visitas aconteçam com acompanhamento do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), como foi feito com o Fofinho.
“Além de muita emoção, esse encontro promoveu uma melhora nítida na condição da paciente, que se mostrou mais motivada e teve até uma melhora de apetite, ficou mais comunicativa e muito grata. A equipe também ganhou muito, já que todos se emocionaram ao ver a alegria do cãozinho e da paciente durante o reencontro. Estamos ansiosos para que momentos como o de hoje se repitam”, concluiu a psicóloga.