Celulose e alimentos puxam a produção da indústria no ES
Nos primeiros oito meses do ano, o desempenho da indústria da transformação no ES (3,4%) foi superior à média registrada no país (-1%).
A indústria capixaba da transformação vem tendo um bom desempenho ao longo deste ano. Os setores de papel e celulose e de fabricação de alimentos estão sendo os principais responsáveis pelo resultado. De janeiro a agosto, eles cresceram 17,3% e 5,3%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de 2021. A metalurgia também teve alta no acumulado de 2022 (2%).
De modo geral, nos primeiros oito meses do ano, a indústria da transformação no Espírito Santo (3,4%) performou melhor do que a nacional, que teve queda de 1%. Os dados são da Produção Industrial Regional (PIM-PF), divulgados na terça-feira (11/10) pelo IBGE e compilados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
A presidente da Findes, Cris Samorini, explica que, nos últimos meses, a produção industrial tem sido beneficiada pela redução dos gargalos logísticos e pela melhora do suprimento de insumos no país.
“Além disso, a demanda interna por produtos industrializados também tem sido influenciada positivamente pela geração de empregos formais e pelas medidas governamentais de estímulo fiscal adotadas pelo governo federal”, afirma.
No entanto, o baixo desempenho da indústria extrativa (-18,2%) contribuiu para que, de janeiro a agosto deste ano, a indústria geral do Espírito Santo recuasse 3,7%. A retração é superior à registrada pelo setor em nível nacional (-1,3%).
A gerente-executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, complementa que o aperto da política monetária, o alto endividamento das famílias e a perda de dinamismo da indústria de base no país têm sido negativo para o desempenho da indústria geral nacional e capixaba.
“O resultado da indústria geral do Espírito Santo, em todas as bases de comparação, foi impactado pela desaceleração na atividade econômica mundial neste ano, que devido ao quadro de elevada inflação e da política monetária contracionista, está desencadeando em uma redução de demanda global por insumos industriais e, consequentemente, das commodities energéticas e metálicas”, lembra.
Resultado de agosto
Já quando comparamos o mês de agosto com julho, a indústria nacional caiu -0,6%, enquanto a capixaba teve recuo de 3,9%. A indústria extrativa teve resultado positivo, avançando 2%. Já a indústria de transformação retraiu 1,7%, puxada pela menor produção de produtos alimentícios (-7,2%), celulose, papel e produtos de papel (-6,6%) e metalurgia (-0,8%).
“Vale ressaltar que a metalurgia foi impactada pela menor demanda mundial de aço em função da queda da atividade econômica global e da crise imobiliária na China. Diante desse cenário, há uma menor utilização das plantas siderúrgicas pelo mundo”, comenta Marília.