Criança de 9 anos sofre duas fraturas na perna durante partida de futebol em aula de Educação Física em Cachoeiro
Arthur teve duas fraturas na perna depois de levar um chute de um coleguinha durante uma partida de futebol.
Um menino de 9 anos sofreu duas fraturas na perna durante uma partida de futebol em uma aula de Educação Física na Escola Municipal Oswaldo Machado, localizada no bairro Baiminas, em Cachoeiro de Itapemirim. Arthur Oliveira de Backer, aluno do 4º ano vespertino, precisou ser levado às pressas para a Unimed após ser atingido por um chute durante o jogo.
A mãe de Arthur, Lucimara Máximo Backer, expressou profunda tristeza e indignação com o ocorrido, especialmente pelo fato de seu filho ter que ficar 45 dias sem poder apoiar o pé no chão. Lucimara questionou a postura da professora no momento em que Arthur sofreu o chute que causou as fraturas.
“Ele me contou que a professora jogou a bola para eles jogarem e estava conversando com outra professora na hora. Estou apavorada. A gente deixa os filhos na escola achando que estão seguros. Sabemos que acidentes podem acontecer em qualquer lugar, mas isso poderia ter sido evitado com mais atenção por parte da escola. Uma situação dessas poderia ser facilmente evitada se o professor estivesse mais atento”, lamentou Lucimara.
Ela contou que, ao ser informada pela escola, encontrou seu filho sozinho na sala dos professores, com gelo na perna e chorando muito. “Ele estava sozinho na sala dos professores, sentado em uma cadeira, chorando horrores, com gelo na perna e ninguém por perto. Eu corri e chamei o vigia, pedi que ele colocasse meu filho no carro, porque eu estava indo ao médico com ele. Estava com o bebê no colo, e o vigia colocou meu filho no carro enquanto ele gritava de dor. Ninguém percebeu que eu tirei meu filho da escola. Nem a professora, nem o coordenador, nem o diretor. Quem me ajudou foi o vigia que eu chamei”, relatou a mãe.
De acordo com Lucimara, sua cunhada, que já foi diretora da mesma escola, afirmou que em uma situação como essa, a primeira atitude deveria ser chamar o socorro. “Quando cheguei, ele estava sozinho na sala dos professores, chorando muito. Sabemos o quanto dói uma fratura, imagine duas. O que mais me dói é pensar que ele estava sozinho nessa situação”, desabafou.
Lucimara relatou ainda que o médico responsável por imobilizar a perna de Arthur ficou surpreso com a gravidade da lesão. “O médico disse que nunca tinha visto um contato tão forte capaz de fraturar dois pontos diferentes na mesma perna. Ele até perguntou se não havia um professor presente no momento do incidente, pois, com orientação adequada, o aluno poderia ter evitado uma lesão tão grave”, relatou.
O QUE DIZ A PREFEITURA
A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Cachoeiro para obter esclarecimentos junto à secretária de Educação, Cristina Lens. A secretária informou que todo o atendimento necessário foi prestado ao aluno e que a escola está à disposição da família. Ela também destacou que a unidade possui um sistema de monitoramento por câmeras, caso a família deseje verificar o que realmente aconteceu.
Segundo a versão da escola, foi prestado socorro ao aluno, com aplicação de gelo na perna, e a família foi imediatamente chamada. A reportagem solicitou o plano de aula da professora de Educação Física para esclarecer se o futebol fazia parte do planejamento daquele dia e quais eram os objetivos da aula. Em muitas escolas, é comum que professores entreguem a bola aos alunos para jogarem sem acompanhamento ou orientação, o que pode aumentar o risco de acidentes. A reportagem também requisitou o registro feito no diário de classe da professora sobre a aula daquela quarta-feira e aguarda resposta.