Crítica: Deadpool e Wolverine – humor irreverente em meio ao caos narrativo
Resenha crítica de Henrique Salvato.
Assista a “Deadpool e Wolverine” e outros filmes no Cineritz Piúma, conferindo o cartaz da semana no final do texto.
Se você é fã do Universo Marvel, esta resenha crítica é para você; se você é fã dos filmes do Deadpool, este filme é para você.
Esta crítica reflete a minha opinião pessoal, e por isso, convido a todos a assistir “Deadpool e Wolverine” no Cineritz Piúma. O filme está em cartaz todos os dias às 19h e às 21h10, e aos domingos às 15h. Vá conferir e formar a sua própria opinião sobre esta nova aventura dos heróis mais icónicos do universo Marvel.
Ao sair do cinema, a sensação predominante não é a de ter assistido a um filme ruim. Na verdade, “Deadpool e Wolverine” é um filme divertido e cheio de ação, fiel ao espírito irreverente do Mercenário Tagarela. Contudo, ao considerar as expectativas criadas em torno de sua estreia e as alusões a “Guerras Secretas” e ao futuro da Marvel, fica claro que fomos, em certa medida, enganados.
Ponto Forte: Humor e Ação
O filme acerta em cheio nas piadas, na violência gráfica e nas participações especiais, elementos esperados e adorados pelos fãs de Deadpool. Ryan Reynolds retorna ao papel com a mesma energia caótica que define o personagem, enquanto Hugh Jackman traz de volta o icônico Wolverine, criando uma dupla dinâmica que rende bons momentos de comédia e ação.
O humor é constante e serve de alívio mesmo nos momentos em que o filme tenta ser mais melodramático. Essa abordagem ajuda a manter a experiência leve e divertida, característica essencial para um filme de Deadpool. As cenas de ação são bem coreografadas e a violência é apresentada de forma estilizada, fiel ao que os fãs esperam do personagem.
Roteiro Rápido e Vilão Desperdiçado
No entanto, “Deadpool e Wolverine” sofre de um ritmo excessivamente rápido, o que impede que a vilã, interpretada por uma talentosa atriz cujo papel parece subutilizado, tenha o impacto desejado. Esse ritmo frenético também dificulta o desenvolvimento de um vínculo emocional mais profundo com o Wolverine, personagem que retorna após uma longa ausência nas telas.
A sensação é semelhante à de assistir “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”: muitas participações especiais, mas um roteiro que deixa a desejar. A história, apesar de entreter, carece de profundidade e coesão, resultando em uma sequência de eventos e diálogos que parecem desconexos. As piadas constantes e o fan service acabam mascarando uma narrativa que não explora plenamente seu potencial.
Comparações com a Fase Atual da Marvel
O filme se insere em um contexto mais amplo da fase atual da Marvel, que tem sido criticada por produções inconsistentes como “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” e “Thor: Amor e Trovão”. “Deadpool e Wolverine” não foge dessa tendência, entregando um produto que, apesar de divertido, não oferece uma narrativa revolucionária ou um desenvolvimento significativo para o universo Marvel.
Potencial Desperdiçado
O marketing do filme prometia uma revolução, mas, na prática, ele se revela mais uma adição à lista de filmes medianos da nova Marvel. A trama se apoia em cenas de ação e humor para preencher o tempo de tela, e a resolução dos conflitos é deixada para o último segundo. A vilã, que poderia ter sido um elemento mais intrigante e ameaçador, acaba sendo apenas um obstáculo secundário.
A bagunça narrativa pode ser parcialmente atribuída às dificuldades enfrentadas na produção, como a greve dos roteiristas. Isso talvez explique as cenas picotadas e a falta de coesão em certos momentos. Mesmo assim, o filme não consegue escapar da armadilha de depender excessivamente de nostalgia e participações especiais, sem oferecer uma trama robusta.
Conclusão
“Deadpool e Wolverine” é um filme que cumpre sua função básica de entreter, especialmente para os fãs do Mercenário Tagarela. Com ótimas cenas de ação, humor constante e momentos de nostalgia, ele oferece uma experiência divertida, mas não chega a ser o marco revolucionário que muitos esperavam. A Marvel ainda parece estar procurando seu rumo, e este filme, apesar de suas qualidades, não é a resposta definitiva para os problemas que a fase atual enfrenta.
Para os fãs, a combinação de Deadpool e Wolverine é certamente um deleite, assim como dos seus atores, Ryan e Hugh. No entanto, para aqueles que esperavam uma evolução significativa na narrativa da Marvel, “Deadpool e Wolverine” pode ser visto como mais um passo em uma jornada incerta, mas que, sem dúvida, ainda tem potencial para surpreender e encantar.
Confira os filmes em cartaz no Cineritz piuma nessa semana: