Depois de um surto, George ficou nu na Praça Dona Carmem, foi espancado e morreu em casa
O caminhoneiro vivia na dele, não fazia mal a ninguém. Foi espancado e morreu em Piúma. Ele foi sepultado nesta sexta-feira, 02.
O covarde assassinato que tirou a vida do caminhoneiro George Gabriel Frederico Soares, de 36 anos não vai passar impune. Os assassinos já estão na mira da Polícia Civil – PC, que recolheu todas as imagens das ruas por onde passou a vítima, após ser atingida na Praça Dona Carmem, na madrugada do dia 31.
O corpo foi encontrado na casa onde residia, na mesma rua da Escola Municipal de Educação Infantil “Célia Maria”, próximo a um bar, no bairro Itaputanga, em Piúma, por volta das 19h00, do dia 31.
Uma parente do caminhoneiro, que pediu para não ser identificada, contou ao jornal que George realmente tinha esquizofrenia, ele havia passado uma temporada em Santa Luzia / MG, que era a terra natal dele, onde recebeu tratamento médico e teve alta para retornar a Piúma, após apresentar significativa melhora. No ano passado ele também teve episódios, foi levado ao médico em Piúma e diagnosticaram, afirmando que ele não tinha nada.
Em dezembro, a prima passou uns dias com ele e ele estava bem quieto e muito magro, mas não quis voltar ao médico porque falou que não ia adiantar nada, pois já haviam falado que ele não tinha nada e que ele estava ótimo, mas a família sabia que não estava, contudo, não havia como levá-lo sem o consentimento dele. Um mês depois ocorre este ato violento que ceifa a vida dele.
A família busca compreender como George chegou em casa depois de agredido, ele não teria condições de percorrer a pé, ferido, da Praça Dona Carmem até o bairro Itaputanga. Outra interrogação que precisa de resposta. George é flagrado caminhando com uma bermuda preta, sem camisa, se ele estava sem roupa na Praça, como se vestiu machucado?
O encontro do corpo
A mãe de George contou à Polícia Militar que havia visto o filho com vida no dia anterior. Depois que viu o filho por volta das 17h00 no dia 30, ele saiu de casa para ir à rua e ela não o viu mais. Ela também não avistou retornar do trabalho à tarde e desconfiou que algo tinha acontecido.
George estava trabalhando de ajudante de pedreiro em uma obra, próxima da Prefeitura, e, no dia 01, chegaram a pensar que ele havia abandonado o trabalho. “Era um cara bacana, legal, quando ia embora para casa sempre levava um latão de cerveja, ele estava trabalhando de ajudante de pedreiro. Ficou dois dias sem trabalhar, e ontem descobriram que ele não tinha largado o serviço, ele estava morto. Ninguém achou que ele estivesse morto, achou que ele havia abandonado o serviço”, comentou a esposa de um pedreiro da obra.
A camisa suja de sangue
Estranhou a mãe, quando foi lavar o quintal, avistou sangue no chão. Inicialmente chegou a pensar que o gato tivesse pego um pombo. Ocorre que, logo avistou a camisa preta do filho suja de sangue, caída no chão, ao lado uma lata de cerveja na sacola, também suja de sangue.
Diante do fato, ela subiu na escada de acesso à residência de George, que morava sozinho, por volta das 19h. No imóvel, ela encontrou as portas e janelas abertas. Também havia manchas de sangue no chão da porta de entrada da sala, na cozinha, no chão do banheiro, no quarto, na varanda e na cama. Ao olhar próximo à porta do quarto, visualizou o filho, sem vida, sentado, nu, escorado no interior do quarto, encostado no guarda-roupa, com cortes na testa e na face.
A Perícia da Polícia Civil foi acionada. A mulher afirmou que não ouviu nenhum barulho que indicasse briga no imóvel e nem pedidos de socorro, desde o dia anterior. Ela também disse que o filho estava apresentando sinais de depressão e ultimamente consumia bastante bebida alcoólica.
O caminhoneiro antes de vir para Piúma estava em Mimoso do Sul, onde trabalhava com o tio. Segundo os parentes e quem o conheceu, como o fotógrafo Roberto Barbosa, ele era uma pessoa muito boa, não andava com ninguém, só andava sozinho, todos gostavam dele. “Muito querido aqui, e trabalhador. Caminhoneiro. Vivia na estrada. Estava sempre na rua, no centro da cidade, mas você não via ele em bar, arrumando confusão, não via nada, só trabalhava. Que tristeza. Não merecia, que seja feita justiça e que Deus o receba nos braços”, disse o fotógrafo.
A Polícia Civil – PC já tem o nome de um suspeito, mas está analisando todos os vídeos da noite do dia 30 e madrugada do dia 31. É uma questão de tempo para os assassinos serem presos e entregues à justiça.
A notícia que o jornal trouxe ontem
O caminhoneiro George Gabriel Frederico Soares, de 35 anos, foi encontrado, na casa onde residia, na rua da Escola Municipal de Educação Infantil “Célia Maria”, próximo a um bar, no bairro Itaputanga, em Piúma, morto, na manhã desta quinta-feira, 01.
A Polícia Civil – PC instaurou inquérito e está investigando o crime. Tudo indica que George tenha sido agredido a pauladas, na noite desta quarta-feira, 31, na rua, próximo à residência onde morava, no andar de cima da casa da mãe.
Depois o caminhoneiro seguiu para casa, ferido. Por onde passou deixou um rastro de sangue, o que levou a família a encontrá-lo pela manhã, sentado, na sala, ensanguentado, nu e sem vida.
George era um homem do bem, segundo apurou o jornal, e não fazia mal a ninguém. Gostava de andar só. Veio para Piúma há pouco tempo de Mimoso. Ele sofria de esquizofrenia.
Há uma suspeita de que ele tenha saído nu de casa e talvez tenha sido confundido com um estuprador. O que supostamente pode ter levado à agressão. Somente as câmeras já recolhidas pela Polícia Civil poderão esclarecer o que houve com o caminhoneiro e chegar ao assassino. Há muitas interrogações.
O delegado que responde pela PC de Piúma, Davi Gomes Santana, disse que a investigação ainda é embrionária, ele vai ouvir testemunhas e analisar todas as imagens.
O corpo de George foi conduzido ao Serviço Médico Legal – SML de Cachoeiro de Itapemirim onde foi necropsiado e liberado para sepultamento. O velório acontece nesta noite na Capela do Hospital Nossa Senhora da Conceição. Que Deus o receba nos braços, dê o descanso a sua alma e acalente a sua família.
Grifo nosso
A primeira notícia antes de ser publicada eu (Luciana Maximo) entrei em contato com o irmão de George e pedi informações sobre o ocorrido. Ele nos relatou alguma coisa, entretanto não autorizou a publicação.
Tentamos várias vezes, até o fechamento da matéria falar com o delegado para saber sobre o crime, porém, o delegado disse que tudo ainda era embrionário, ou seja, não tinha informações completas.
O Boletim do Ciodes não informa onde a vítima teria sido agredida. O que eu quero dizer é que, se não há informações sobre um fato, o jornal não tem como trazer a notícia com riqueza de detalhes. E, nem sempre a notícia termina com a publicação das primeiras informações. O que nos deixa felizes é saber que todos esperam pela nossa notícia.