Dona Danusa, copinho dӇgua?
e o roubo autoriza…e o roubo autorizado…
Claro que essa história não tem nada haver nem com o consumo, bem com o descaso de quem cuida de nossa água. Pois Piúma já foi terra de “boa gente” e há de continuar a ser. Existiu no coração da cidade uma mansão com pomar variado, mangas de três qualidades, manguita, rosa e espada, pé de abricó, siriguela, cajá e pitanga. Havia também um aquário enorme e a famosa sereia idealizada por dona Carmen Guimarães vizinha e moradora do primeiro bairro mais azedo, ficando atrás apenas do tamarindo. O Senhor Augusto Miranda ostentava na altura o título do homem mais rico da cidade. Uma ilha (a do meio), a mansão com móveis imperialistas e ornamentações granfinérrimas e mais de 40 imóveis espalhados do hospital até ao último lote demarcado pela SANTA ROSA Imobiliária, era homem livre e de bons costumes. Agenorzinho era o filho do casal que apesar do berço rico dava-se com gente de toda espécie, incluindo nós que escrevemos, amigos da família. Voltemos a titular do Time. Dona Danusa Bocht Miranda de coração fraterno para os desafortunados o quanto podia, católica raiz, carola de carteirinha e uma das principais incentivadoras da viagem à Salvador-BA, em dois ônibus para a ordenação do padre mais “escuro” e de alma tão “alva” que na altura levou e elevou as missas exaltando o número de fiéis para mais quíntuplo . Não negava comida, não negava atenção, era rica de dinheiro e de solidariedade, esteve junto com Dona Zulmira e Dona Vera Scherrer no embalo da Pastoral da Criança além de ter sido professora e diretora do Filomena Quitiba. Tinha sua casa sempre com pessoas solicitando algo e nunca levando nada. Vivia feliz e de bem com o próximo, encontrava no doar a particularidade de ser feliz mesmo com os meninos que… tocavam sua campainha para “um copim d”água” e que a seguir iam para o quintal numa espécie de roubo autorizado, chupar manga, cajá e sair com a bainha da camisa cheia de pitanga. Bons tempos…