Ela precisa de manutenção das próteses mas a Itapemirim se nega e ela sofre
Perdeu as pernas viajando para a lua de mel, Valdete Pires está vivendo mais um dilema com a empresa que ela afirma ser a responsável pelo acidente
A história de Valdete Dias é emocionante e o Jornal Espírito Santo Notícias já contou na edição do dia 10 de outubro de 2013, um capitulo a parte, falou da superação dela, que se formou, tirou habilitação é independente, professora de pintura e não se vitima pelo fato de ter perdido as duas pernas em um acidente de ônibus no dia que era para ser o mais feliz da sua vida.
Entretanto, mesmo superando os obstáculos e deixando uma lição de vida, Valdete ainda passa por situações que não merecia passar. “Meu nome é Valdete Dias, sou nascida e criada em Piúma, tenho 49 anos, aposentada por invalidez permanente. Infelizmente, quando estava no auge da minha juventude, com 21 anos de idade, cheia de sonhos para o meu futuro, entrando numa nova fase de minha vida, no ano de março de 1990, tinha acabado de me casar e viajando em lua de mel indo para a região dos Lagos, Rio de Janeiro, na chegada do trevo de Piúma, no ônibus da Viação Itapemirim, sofremos um grave acidente, causado pela irresponsabilidade do motorista, que estava em alta velocidade, num trecho não permitido e alegando não conhecer o mesmo, onde tive como sequela as amputações de minhas pernas”.
Valdete contou que muitos passageiros se machucaram, mas o caso mais grave foi o dela. Depois de longo tempo de tratamento de reabilitação ela consegui voltar a andar com ajuda de próteses, esse tratamento sempre custeado pela Viação por ter acordado em documento registrado em cartório logo depois do acidente.
“As próteses sempre foram muito importantes para minha locomoção e qualidade de vida, pois elas me proporcionavam ter uma vida dita “normal” e assim poder executar as tarefas do meu dia a dia com mais facilidade que a cadeira de rodas não permite”, disse.
Entretanto as próteses, precisam de manutenção de tempo em tempo, pois os componentes se desgastam dificultando o uso das mesmas. Elas são feitas em São Paulo numa clínica especializada, necessitando que Valdete esteja presente a cada ajuste ou necessidade de troca de peças da mesma. Um tratamento com gasto muito alto que jamais ela poderia custear. “Acontece que já tem uns anos que a Viação Itapemirim parou de me fornecer o tratamento, enviei e enviou e-mails centenas de vezes para que eu possa ir resolver o problema que é de suma importância para minha vida, na maioria das vezes, nem me respondem, e quando respondem, sinto que tentam me enrolar dizendo que irão resolver.
Também já entrei com processo pedindo que a justiça faça algo por mim, pois isso é descumprimento do contrato que eles assinaram por mim. Além de pensão alimentícia e fisioterapias que pararam de pagar”, reclama.
Valdete assegura que as próteses estão em estado deplorável, não consegue mais usá-las devidamente, pois muitas de suas peças se estragaram por falta de manutenção. “Gostaria através desse jornal que é bem divulgado em nossa região que esse apelo chegasse ao Ministério Público de Cachoeiro de Itapemirim, em razão pela qual o processo já foi julgado a meu favor. Porém já foi mandado a empresa cumprir com o acordo e nada acontece. Repito, isso perdura já por anos. Enfim, espero que de alguma forma esse meio de comunicação fale por mim e que eu consiga o meu principal objetivo que é voltar a andar e ter qualidade de vida com minhas próteses”, solicitou.
A reportagem tentou sem sucesso falar com Eduardo encarregado da asseguradora da Itapemirim que fica em Guarulhos. O espaço do jornal está aberto para que a empresa possa se manifestar na matéria publicada.