ICONHA: e o feitiço se voltou contra o feiticeiro
Pesquisa irregular foi barrada pelo Juiz Eleitoral, em sede liminar
O candidato a prefeito do Podemos, João Paganini, em Iconha lançou sua candidatura em um badalado bar da Capital dos Caminhoneiros. O ponto alto da noite não foram as propostas nem tampouco os discursos que arrancaram aplausos dos apoiadores, já que a palavra não é muito o seu forte, mas o ataque ao seu adversário político, o atual Prefeito e candidato à reeleição, Gedson Brandão Paulino (Republicanos), foi preparado com direito a transmissão.
No telão, uma foto de Gedson com um nariz esticado dava o tom sarcástico de que o Pinóquio era ele. Os seguidores gritavam e comemoravam uma suposta vitória da equipe jurídica do candidato João, com uma manchete que dizia que Gedson Paulino havia contratado uma pesquisa falsa, tendo sido barrada por uma decisão judicial.
Entretanto, da mesma forma que Gedson teve uma pesquisa de junho de 2024 suspensa, na qual ele aparecia em vantagem, a publicação da pesquisa eleitoral registrada sob o número ES-01382/2024 também havia sido barrada. Informações extraoficiais chegaram a afirmar que a pesquisa apresentaria vantagem do candidato João sobre Gedson, mas nenhuma das fontes quis apresentar as informações recebidas publicamente.
Ciente da existência da pesquisa irregular, os advogados da campanha de Gedson ajuizaram uma representação contra a pesquisa programada para ser publicada na ultima quarta-feira (22/08). Após análise, a Justiça Eleitoral da 35ª Zona Eleitoral de Iconha, Espírito Santo, determinou a suspensão imediata da divulgação da pesquisa eleitoral registrada sob o número ES-01382/2024. A decisão foi proferida em resposta a uma representação movida pelo partido Progressistas (PP) de Iconha, que questionou a validade da pesquisa realizada pela empresa Direta Propaganda e Eventos Ltda, representada por Oswaldo Oleari, responsável pelo portal de notícias Don Oleari.
Na representação assinada pelo advogado Leonardo Roza Tonetto, o partido alegou que o sistema interno de controle e verificação da empresa não permitia a fiscalização adequada dos dados coletados em campo, o que constituiria uma violação à Resolução 23.600/2019 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao artigo 33, inciso V, da Lei nº 9.504/97. O Progressistas solicitou, em caráter liminar, a suspensão da divulgação da pesquisa e, no mérito, a confirmação de sua irregularidade.
Na decisão, o juiz eleitoral Ralfh Rocha destacou que, apesar de o registro da pesquisa indicar que a verificação dos dados seria feita por meio de novos contatos com 10% dos entrevistados, o questionário utilizado não continha campos para a coleta dessas informações, impossibilitando a conferência.
Entenda o caso
Na sexta-feira (16/08), durante o evento de lançamento de sua candidatura, João Paganini publicou um vídeo em que acusava Gedson Brandão Paulino de encomendar uma pesquisa falsa.
Porém, a pesquisa atacada pelo partido de João foi uma pesquisa publicada em junho de 2024, confirmando que a pesquisa publicada em 15/08, por um site de notícias da região, que mostrava uma forte vantagem de Gedson sobre João, continuava válida e não apresentava qualquer ilegalidade ou irregularidade.
O que diz Gedson
Entramos em contato com Gedson Paulino para falar sobre o escárnio do grupo de João durante o lançamento da candidatura do Podemos. Com muito bom humor, Gedson brincou:
“O que houve com o meu nariz? Ufa! Era Fake! Mas, não estou aqui para falar do meu nariz, pelo contrário, na matéria política, a verdade precisa prevalecer! Nós podemos provar! Chega de desunião.”
E continuou: “A pesquisa de intenções de voto é válida. Gedson e Fernando estão na frente!”
O candidato a prefeito da Coligação “Pra Frente Iconha”, Gedson Brandão Paulino, não encomendou pesquisa de intenção de votos para divulgação pública e não possui qualquer responsabilidade sobre ela. As pesquisas eleitorais registradas no TRE-ES sob os nº 1195/2024 e 07075/2024 foram realizadas pelo Instituto Soluções a pedido do site Aqui Notícias. A decisão em sede liminar não invalida o resultado da pesquisa 1195/2024, apenas suspende temporariamente sua publicação para apuração de questões metodológicas e burocráticas.
Os resultados da pesquisa 07075/2024 continuam valendo.
Oportunamente, Gedson avisou ao grupo de João: “Adotaremos as medidas judiciais cabíveis para esclarecer o ocorrido e o uso criminoso da imagem do candidato Gedson, de modo a confundir o eleitor iconhense, com o intuito de tumultuar o processo eleitoral democrático. Para nós, política se faz com debate de ideias. Chega da velha política.” Coligação “Pra Frente Iconha.”
*Matéria atualizada às 8h30, de 29/08/2024.