ICONHA/ES • Pe. Assis – 25 anos de saudade
Na onda da brincadeira Crias, o jornal traz a crônica de José Alberto Valiat fazendo uma referência a cidade de Iconha com um pouco mais da história do Pe Assis
Em Iconha né impossível nunca ter ouvido falar do Pe Assis. Então, na brincadeira do facebook que tem levado milhares de internautas a matar saudades com as crias das cidades, o Pe Assis vem como uma personagem de um homem que marcou a cidade no Sul do ES, e por que não dizer, no Espírito Santo.
“Ande depressa meu filho que está quase na hora da Missa e o padre Assis já passou”! Quantas vezes cidadãos da nossa Paróquia como eu, ouviram os pais fazerem essa advertência. Afinal a Santa Missa era muito concorrida e por conhecermos bem o padre, obedecíamos e seguíamos os nossos genitores. Muitas vezes o próprio padre dava catequese antes da celebração nos preparando para o rito religioso. A duração da celebração da Eucaristia era pequena, porém muito produtiva. Claro que algumas palavras não entendíamos devido ao seu carregado sotaque austríaco, mas sabíamos interpretar muito bem suas mensagens. No início do mês de fevereiro ele reunia em Iconha os representantes das comunidades por três dias. Era um trabalho catequético visando a preparação para o ano inteiro. Em 1980, eu e meu irmão gêmeo Gilberto, vivemos essa magnífica experiência. Íamos cedinho no ônibus que passava em Duas Barras e voltávamos à noite. Mesmo que era um encontro pastoral muito sério, assim mesmo nos divertíamos muito, no bom sentido. Entre tantas maravilhas vividas com o padre, uma jamais esqueço: em 1981 ele designou a mim, meu irmão e Francisco Manoel Delpupo (Chico do doce), para fazermos as celebrações dominicais acompanhando o folheto. Fiquei nesse ofício até janeiro de 1983 quando papai veio a falecer e eu parei. Após ouvir o próprio padre dizer várias vezes que papai, ( Américo Valiati Baptista) e Antônio Luiz Ferrari eram as colunas de Inhaúma, aceitei o seu convite para retornar às celebrações e aí permaneci até o final de 2011( trinta anos). Padre Assis também era o maior incentivador de nossa cantoria: dizia em vários lugares que Inhaúma tinha o melhor Coral. Iconha jamais esquecerá tudo o que esse padre realizou. Guardará para sempre em sua memória o seu jeito de evangelizar e trabalhar pelas causas sociais. Lembrará com clareza a sua luta na direção da construção da Matriz, da Escola e do Salão Paroquial. Não deixará apagar da memória as suas idas e vindas pela cidade catando papelão para vender em benefício da Paróquia.
Se espelhará em suas ações de solidariedade em que buscava amenizar o sofrimento dos mais necessitados.
Outra marca importantíssima é o grande número de paroquianos que foram batizados por ele e ainda os inúmeros matrimônios que realizou.
É, já são 25 anos de saudade. Saudade desse santo homem que mediante sua fé, sua garra e sua coragem, escreveu um dos mais belos capítulos de nossa história. Saudade desse padre que se tornou um dos maiores ícones da religiosidade mundial. Saudade desse jesuíta que atravessou o oceano Atlântico para nos trazer uma mensagem de paz. Saudade desse evangelizador que nos presenteou com suas homilias. Saudade desse pregador que uniu em oração dois continentes, Europeu e Sul Americano. Por isso agradeço e homenageio postamente o austríaco Franz Gasmayer e o brasileiro, Assis. Por José Alberto Valiant