Idoso que sofre com Alzheimer sai de casa no dia 01 de novembro, no bairro

A família está angustiada e não sabe do paradeiro de seu João Silva, que sofre de Alzheime.

O desaparecimento do idoso, João Silva, 76 anos, casado, aposentado, pai de três filhos adultos, está mobilizando as redes sociais da cidade de Cachoeiro, principalmente no bairro Amaral, onde ele morava sozinho e era conhecido por todos da comunidade. A família pede para quem encontrar ligar para 28 99928-3821 e falar com sua filha Anne Ramos Silva. Ele saiu de casa no dia 01 de novembro e não foi mais encontrado.

Anne contou que seu pai, João Silva, tinha uma rotina: “Ele mora sozinho e sempre esperava chegar o almoço que um dos meus irmãos levava para ele; depois de almoçar deitava pra descansar e em seguida ficava na janela olhando os vizinhos passarem na rua. No dia do desaparecimento não foi diferente; e na saída meu irmão fechou a porta, foi embora e não retornou mais tarde.

Segundo Anne, João Silva sofre de Alzheimer e esta foi a terceira vez que seu pai sumiu deixando a família preocupada. “Conforme laudo médico, meu pai está parcialmente desorientado. Mas devido ao fato dele conseguir falar, responder, isso demonstra lucidez e as pessoas não percebem o problema dele, os lapsos de memória. Acredito que ele tenha saído caminhando e perdeu a noção do tempo e espaço e não soube voltar. Ele nunca deixava portão e porta abertos e desta vez deixou, por isso é possível que tenha saído com a intenção de voltar logo ou simplesmente teve uma falha na memória”, diz a filha.

Pistas

João trabalhou como pedreiro, garçom e pescador. No dia em que desapareceu, estava em casa, na rua José Bonifácio, 93, bairro Amaral, Cachoeiro. Desde o seu desaparecimento, o idoso teria sido visto algumas vezes por populares em regiões próximas ao seu endereço.

“Papai vive sozinho por opção e apresenta lapsos de memória, inclusive ele já saiu de casa e se perdeu por três vezes mas foi por curto período de tempo porque logo alguém o via passando na rua, perguntava o que estava fazendo ali e ligava para a nossa família avisando. Agora simplesmente não temos noção do que aconteceu com ele, as únicas pistas que tenho e que batem com as informações que chegam é que ele foi visto próximo ao Paulo Pereira, no bairro Bela vista. Depois disso, por coincidência, alguém fez contato com o Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) dizendo que um idoso estava andando pelas redondezas do bairro Arariguaba, e depois o viram próximo à entrada da empresa Susano x Safra.”

Segundo ela, o pai não aceita que ninguém cuide dele, não quer morar em Lar de Idoso, tem temperamento forte, é negligente com a higiene pessoal. “Ele não aceita ajuda de terceiros, não toma banho e é acumulador de lixo.”

Creas e Ministério Público

Desde 2019 que a situação de João Silva foi comunicada ao Creas de Cachoeiro que informou não poder fazer nada por se tratar de problemas culturais, segundo informou Anne.

“Ao longo dos anos, retornei ao Creas novamente com relatos de esquecimento e atritos do meu pai com vizinhos, até que ele fez avaliação com neurologista que o diagnosticou com Alzheimer. Informamos ao Creas sobre a necessidade de institucionalizar meu pai, porém não tivemos êxito devido a fila de idosos aguardando vaga e o fato de meu pai não ter seus direitos violados, fomos informados que não há motivos para o Creas acompanhar”, explicou Anne.

Nesse período, segundo Anne, uma vizinha fez uma denúncia ao Ministério Público devido atritos que teve com o seu pai referente a uma garagem. “O processo foi para o Creas que manteve a resposta anterior dizendo que papai é lúcido, orientado, e no momento se auto negligencia, disse também que a família está presente, porém ele não permite melhores cuidados e se nega a ir para lar de idosos. E a resposta do Ministério Público, na Vara do Idoso, é que não podem fazer nada porque ele não aceita ir para lar de idoso.”

A família de João estava guardando uma consulta com psiquiatra pelo SUS mas o quadro evoluiu e decidiram pagar uma consulta particular com médico psiquiatra. “O psiquiatra emitiu o laudo de demência na doença de Alzheimer. Levei o laudo ao Creas e ao Ministério Público, mas nem assim consegui institucionalizar meu pai. O Ministério Público me encaminhou para Defensoria Pública e foi agendada a audiência para o dia 28 de novembro, mas papai sumiu”, lamenta.

Diante de tanta divulgação e compartilhamentos, a esperança da família é que João retorne logo para casa. Os filhos estão pedindo para que quem tiver notícias dele liguem para eles no número 28 99928-3821. A filha Anne já sabe o que vai fazer quando seu pai voltar para casa.

“Mais uma vez tentar institucionalizá-lo com a finalidade de dar a ele qualidade de vida, ressocialização e contato com outros idosos, pois ele não permite que filhos morem com ele e nem aceita morar na casa dos filhos. A minha mãe é idosa, 76 anos, está doente e reside comigo. Não está sendo fácil, por isso peço ajuda de todos para encontrar meu pai, por favor”, apela Anne.

Fonte: DiaaDia

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