Incêndios no Espírito Santo mais que dobram em 2024; 7 pessoas são presas e 26 inquéritos são instaurados
O Espírito Santo enfrenta uma grave crise com o aumento significativo dos focos de incêndio em 2024. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o estado registrou 529 focos de incêndio até o mês de setembro, mais que o dobro dos números observados no ano anterior. Além dos desafios impostos pela seca prolongada, as autoridades também lidam com crimes ambientais, investigando suspeitos de atear fogo deliberadamente em áreas de vegetação.
Enquanto o Corpo de Bombeiros e outras equipes tentam controlar o avanço das chamas, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) tem focado na identificação de indivíduos que causaram os incêndios. Até o momento, sete pessoas foram presas em flagrante por iniciar queimadas no estado entre os meses de junho e setembro, e um homem foi detido após a emissão de um mandado de prisão em julho.
De acordo com o subsecretário de Estado de Inteligência, Romualdo Gianordoli, a crise climática tem desempenhado um papel significativo no aumento dos incêndios. No entanto, ele destaca a necessidade de investigar os casos de incêndio criminoso. “A queima é proibida em períodos de estiagem, e o governo tem intensificado a fiscalização. No entanto, a conscientização da população também é crucial para evitar esses incidentes”, afirma Gianordoli. Até o momento, 26 inquéritos foram abertos para apurar possíveis crimes de incêndio no Espírito Santo.
A maioria das prisões ocorreu em áreas rurais, onde o uso do fogo para limpeza de terrenos ou cultivo descontrolado acabou provocando incêndios maiores. Em Colatina, por exemplo, um homem foi preso em 5 de junho após admitir que colocou fogo em restos de obra. Já em Nova Venécia, no dia 28 de junho, um homem foi detido após um incêndio acidental, sendo liberado após pagamento de fiança.
Casos mais graves também foram registrados, como o de São Gabriel da Palha, onde um homem embriagado ateou fogo em uma vegetação, permanecendo preso após ser autuado. Outros flagrantes ocorreram em Domingos Martins e Conceição do Castelo, onde moradores relataram queimadas ilegais às autoridades, resultando em prisões e investigações mais profundas.
Em Mimoso do Sul, um homem foi preso em 16 de setembro após colocar fogo em uma área de vegetação, e dessa vez, o suspeito não foi liberado mediante fiança, permanecendo preso enquanto aguarda os desdobramentos judiciais.
As autoridades estaduais seguem intensificando a fiscalização em todo o Espírito Santo, mas o subsecretário Gianordoli reforça que é necessária a colaboração da população para evitar novos focos de incêndio. “Precisamos de uma mudança de comportamento e maior responsabilidade por parte dos cidadãos, especialmente durante períodos de estiagem. Queimadas descontroladas podem causar danos irreparáveis ao meio ambiente e à economia local”, destacou.
Com o aumento exponencial de incêndios, o estado enfrenta um desafio ambiental urgente, e o governo promete continuar atuando tanto na prevenção quanto na punição dos responsáveis por crimes ambientais.