Inovação e demanda como base para empreender

Aplicativo de manicure, criado há um ano e três meses, conta com uma rede de 5 mil profissionais

A administradora Geovana Borges é um exemplo de como as necessidades trazem resultados e negócios que se adequam ao nosso cotidiano. Ela desenvolveu há um ano e três meses, o aplicativo Mary Help Manicures, que funciona como uma espécie de Uber. A ideia surgiu de uma experiência pessoal. “Eu tinha uma reunião muito importante em um sábado, e minha unha estava péssima. Então, liguei para a manicure com quem costumo fazer, mas ela não tinha horário . Acabei ligando para outros três salões, também não consegui horário. Nisso, resolvi eu mesma fazer minha unha em casa e então veio a ideia de criar um atendimento rápido e acessível de manicures”, conta.

Hoje, sua empresa já conta com mais de cinco mil manicures cadastradas e seu serviços alçaram voo internacional. “Nós atendemos qualquer lugar a nível Brasil e Portugal. Onde estiver, é possível encontrar uma de nossas manicures, com atendimento em 15 minutos após a solicitação. Além do acesso e conforto, você conta com uma profissional com experiência e qualificação”, informa a idealizadora do aplicativo.

Para solicitar os serviços da Mary Help Manicures é simples. “Basta fazer seu cadastro e solicitar uma profissional, quando precisar, através da nossa plataforma. A manicure que estiver mais próxima da sua localização, aceitará seu pedido e irá até você”, ressalta.

Em 2019, Geovanna pretende expandir os serviços para a Argentina e implantar massagens. A profissional que tiver interesse em entrar para a rede, deve preencher seu cadastro pelo aplicativo e enviar documentos que comprovem sua experiência, além de passar por um teste de habilidades.

Empreendedorismo e Representatividade

Geovanna Borges é formada em Administração e atualmente cursa Engenharia ( Mecatrônica). Sua caminhada até o desenvolvimento do Mary Help Manicures foi árdua. De família simples, filha e neta de diarista, é a mais velha de três irmãos.

“Hoje, eu e meus irmãos estamos todos formados, cursando a segunda formação. Nosso envolvimento com negócios, começou há um tempo quando vendíamos marmitex em obra. Depois disso, abrimos três restaurantes, mas acabamos falindo”, informa.

Mas ainda assim, Geovanna e sua família se manteve de pé, com o suporte um do outro. “As coisas começaram a melhorar quando minha mãe passou a servir refeição dentro de empresas. Mas, com a crise, Clientes atrasou muitos pagamentos e, por conta disso, tivemos que abrir mão de alguns contratos. Neste período, surgiram algumas opções de refeições com dietas mais específicas que, desde então, nos ajudam a liquidar nossas dívidas e saldar para nos manter”.

A história de Geovanna é um dos milhares de exemplos de pessoas que tiveram que se virar como podiam diante da crise. Mas não só, o Brasil é um dos países com um dos maiores índices de desigualdade racial e de gênero no mundo. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego em 2015, era de 17,4% entre as mulheres negras e 11,6%.

Hoje, as mulheres negras, que somam 27% da população brasileiras, estão se fortalecendo e abrindo seus próprios caminhos, através de negócios próprios voltados para a beleza e saúde feminina.

E a indústria está sentindo esse impacto porque representatividade importa sim. E quanto mais mulheres negras tiverem sua autonomia e lugar, mais a sociedade terá que aprender a lidar com suas necessidades e ocupações.