Inscrições abertas para formação em Produção Cultural para mulheres negras e indígenas da cultura popular

A formação, gratuita, é voltada para mulheres negras e indígenas cis, trans e travestis da cultura popular

O projeto Produtora Escola está com inscrições abertas até 24 de maio para uma Formação em Produção Cultural voltada para mulheres negras e indígenas cis, trans e travestis da cultura popular. Ao todo, serão selecionadas 40 participantes. As interessadas devem se inscrever gratuitamente por meio do link. A formação acontecerá de 04 de junho a 27 de agosto, no Museu Capixaba do Negro (Mucane), Centro de Vitória. O Produtora Escola é uma iniciativa da Ciclo Escola e tem patrocínio do Projeto Rubem Braga, da Prefeitura de Vitória.

Para se inscrever, as mulheres devem ter, no mínimo, 18 anos, e serem moradoras de favelas e periferias de Vitória. Será feita uma reserva de 10 vagas para residentes de outros municípios da Grande Vitória. Caso não sejam preenchidas, serão destinadas para pessoas da Capital. 

Além disso, para efetuar a inscrição é preciso atuar em projeto, grupo, manifestação, linguagem artística, coletivo, associação, comissão, instituição ou qualquer inciativa da cultura popular (saberes, tecnologias sociais, tradições, identidades, patrimônios, memória, linguagens, ciência, intelectualidade, artes e demais manifestações da cultura que são produzidas, preservadas, mantidas e passadas de gerações em gerações).

A coordenadora do projeto, Karlili, explica que a iniciativa é um projeto de educação popular, um espaço de formação na cultura popular. “É um território de troca de saberes que valoriza todos os saberes a partir das nossas tecnologias sociais e ancestrais. A Formação em Produção Cultural celebra o início das atividades. Nosso objetivo é nos fortalecermos e compartilharmos o nosso modo de organização e trabalho”, diz.

Karlili destaca, ainda, o protagonismo feminino na cultura popular. “Todo grupo, coletivo, manifestação da cultura popular, tem sempre uma mulher que movimenta as coisas, que está no front da luta pela manutenção da tradição ou na organização das atividades. Foi pensando nessas mulheres que nós elaboramos a Formação em Produção Cultural”, afirma.

A formação será das 19h30 às 21h30, todas as terças e quinta – feiras. Duas aulas acontecerão nas quartas. Os temas das aulas serão políticas públicas, financiamento à cultura, produção cultural, questões contábeis, elaboração de projetos, produção cultural em projetos para povos originários e tradicionais, quilombolas, arte de rua, hip hop, samba, noções de cenografia, iluminação e sonorização e organização de eventos culturais.  Os educadores formam uma equipe diversificada, com quilombolas, indígenas e artistas das mais diversas áreas: Léia, André Stefson, Vivian Cunha, Luiza Mollulo, Karen Pataxó, Karlili, Dandara, Amora Gasparini, Miriane Barreto e Rômulo Correa.

A carga horária é de 54h. Todas participantes ganharão um livro sobre produção cultural e terão suas passagens custeadas por meio da concessão do Cartão GV. Haverá lanche todos os dias, além do Quintal Erê, um espaço brincante para as crianças das alunas e a equipe de produção, para possibilitar a participação das mulheres nas atividades, tanto das profissionais que atuam no projeto quanto das alunas.  Oferecer um espaço para as crianças é garantir a participação das mulheres.

Mapeamento

Outra atividade que faz parte do Produtora Escola é o mapeamento das mestras no Espírito Santo, que será feito até agosto de 2024. O projeto quer mapear as mulheres que são referências no Espírito Santo, com uma trajetória nas diversas manifestações e áreas da cultura popular. O objetivo é dar visibilidade às mestras da cultura popular e cobrar políticas públicas, uma vez que o mapeamento será entregue aos gestores públicos junto ao resultado dos debates que acontecerão nas aulas. Qualquer pessoa pode contribuir com o mapeamento por meio do link. O Produtora Escola é uma realização da Ciclo Escola com patrocínio do Projeto Rubem Braga e apoio do Mucane.

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