MÃES: muito além da gestação e da amamentação

“Eu só posso afirmar que ensino todos os dias os dois a serem amor. E todos os dias eles repetem a qualquer momento: ‘Lu, te amo’, eu já posso morrer, tive o privilégio de compartilhar amor para eles”, disse Luciana Máximo.

A professora Ana Cláudia Siqueira da Silva e a jornalista Luciana Maximo – editora deste veículo, em 2015 assumiram a maternidade no susto, de um menino e uma menina à época com pouco mais de 3 anos o menino e a pequenina, sua irmã, uma ‘bebezita’ de 1 ano.

Realmente foi no susto. Imagina que nem passava pela cabeça de nenhumas das duas que dois lindos seres estavam a caminho de suas vidas. E eles chegaram rapidamente, sem ensaio.

O menino falava apenas “si si”, morria de medo do escuro, estava assustado com as novas mamães que o abraçaram um mês depois da menina que já estava com caminha no mesmo quarto delas.

O pai no desespero de ver as crianças sofrendo ligou para Luciana Maximo pedindo que ela adotasse a menina. Era preciso aceitação da jornalista, companheira da tia, Ana Cláudia. Luciana conta que não entendeu o pedido e ele repetiu novamente: “adota minha filha. Eu não tenho condições. Estamos há três dias sem comer”, relembra Luciana.

Sem pensar duas vezes, Luciana correu ao supermercado e fez uma compra e levou para o pai e aos filhos. Porém, não era só alimentação que faltava. As crianças estavam tristes e desnutridas, tinham perdido a mãe.

Luciana quis ser mãe em 2009, mas não foi possível. Em 2012 elas tentaram, uma inseminação, mas não deu certo, o doador teve problemas. Elas desistiram de gerar e não imaginavam que já haviam duas crianças perfeitas que chegariam para elas logo logo.

Três dias após o pedido para que Luciana adotasse a menina, o pai pede socorro à bebê que estava muito doente. Aquele dia foi a primeira noite que a neném dormiu com as novas mamães, após ser socorrida no PA de Anchieta com 39 graus de febre, garganta inflamada, bronquite e desnutrição. Era inverno, ela tinha dois pares de meia apenas.

O pai seguiu a Ubá/MG com o menino, os dois se virariam bem. Por um mês apenas, e novamente ele pediu que Luciana cuidasse do filho também. A paixão Pelo garotinho foi a primeira vista.

De lá pra cá, passam mais de quatro anos, as mães que não geraram ingressaram uma ação de guarda na justiça e a tia, Ana Cláudia hoje detém a guarda provisória.

Luciana e Ana seguem amando o casalsinho para sempre. O garoto diz que vai ser jornalista, já sabe manusear uma câmera profissional, é aluno Top do Manoel dos Santos Pedrosa, a menina ainda tem cinco anos, mas é o “Toto” da casa e já sabe todas cores em inglês.

As mamães que não geraram dão a própria vida pelas crianças e estão dispostas a brigar até as últimas consequências pelo casal. “Já cheguei a pensar que a menina é a minha mãe que voltou para que eu cuide dela para sempre. O príncipe é a criança mais linda que Deus pôde nos presentear. Educado, lindo, amoroso, estudioso, dedicado, um menino maravilhoso que Deus colocou nas nossas vidas”, disse Ana Cláudia, que mantém dossiês completos da vida dos dois, desde a primeira receita médica e exame, a declaração de frequência na escola.

 

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