Marataízes enfrenta crise de abastecimento de água apesar de arrecadação bilionária

A cidade de Marataízes conhecida por sua grande arrecadação, vive uma realidade preocupante: milhares de famílias ainda sofrem com a falta de água tratada em suas casas em pleno século XXI. Mesmo com mais de R$ 1,5 bilhão arrecadados ao longo da última década, principalmente de royalties do petróleo e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), investimentos em infraestrutura básica, como água e esgoto, parecem ter sido deixados de lado.

Crescimento sem Planejamento

Nos últimos anos, Marataízes experimentou um crescimento populacional significativo, com a população local mais que dobrando. No entanto, esse aumento não foi acompanhado por melhorias essenciais na rede de abastecimento de água e saneamento. A prefeitura, mesmo ciente das demandas crescentes, falhou em implementar um planejamento que garantisse a expansão necessária dessas infraestruturas.

A água que abastece o município vem do vizinho Itapemirim, mas o cenário é crítico. Dados da Secretaria de Assistência Social de Marataízes indicam que comunidades inteiras, principalmente na zona sul da cidade, são obrigadas a depender de caminhões-pipa para ter acesso à água tratada. Em bairros como Canudos, Caculucagem, Imburi, Jerusalém e Timbó, quase mil famílias enfrentam a escassez de água diariamente.

Impacto nas Comunidades e Escolas

A precariedade do abastecimento afeta diretamente a vida dos moradores. Escolas, por exemplo, chegam a ficar dias sem água, prejudicando não apenas a educação, mas também a saúde das crianças. Recentemente, uma professora da cidade fez um apelo público para que os pais enviassem água potável para que seus filhos pudessem beber na escola. Em algumas áreas, a ausência de água já chega a durar cinco dias consecutivos.

A crise não é recente, mas se intensificou com a salinização do Rio Itapemirim, causada pelo avanço da maré. O fenômeno, que compromete a qualidade da água captada, poderia ter sido evitado com a construção de reservatórios e sistemas de tratamento adequados, uma medida que nunca saiu do papel.

Falta de Investimentos em Infraestrutura

Apesar dos esforços recentes do novo diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Fábio Leal, para tentar mitigar o problema, a falta de investimentos estruturais ao longo dos anos é inegável. Em uma cidade com recursos bilionários, é inadmissível que nem sequer um reservatório de água tenha sido construído para evitar crises como a atual.

A ausência de uma gestão eficiente nesse aspecto reflete diretamente no sofrimento da população, que, além de lidar com a falta de água tratada, vê seus direitos básicos sendo negligenciados por uma administração que priorizou outras áreas em detrimento do essencial.

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