Marataízes – que saudades!!!
Parabéns, Marataízes, pelos seus 20 anos de efetiva emancipação política. Anos após a população haver referendado em plebiscito sua emancipação do Município-mãe, Itapemirim, somente em 1996 dava-se por efetivada a emancipação de nosso município, ano das primeiras eleições para o Executivo e Legislativo Municipal. De lá para cá, já passamos por cinco mandatos de prefeitos e vereadores (Ananias – 2 mandatos, Toninho – 1 mandato, Jander – 2 mandatos, com idas e vindas por força da Justiça, e Tininho – 1 mandato, que está à frente do Executivo no 6.º mandato de prefeito na história do Município). Ainda esperamos Marataízes desenvolver sua verdadeira vocação, que é o turismo, tão pouco ou tão mal explorado (explorado é uma palavra que, aliás, o turista que nos visita conhece bem, infelizmente). Rogo que possamos nos desenvolver de forma sustentável, conseguindo manter aqui nossos filhos, aptos a desenvolver suas carreiras e estabelecer de forma digna suas vidas em sua própria terra. Sou do tempo em que estudar fora era muito mais complicado. Não havia transporte gratuito para outros municípios e nossos pais é que se viravam para bancar os gastos com isso, o que não era pouco. Eu, como vários, tivemos que procurar fora daqui o nosso crescimento e desenvolvimento profissional. Fato é que vivemos outros tempos; Marataízes vive uma realidade bem diferente de décadas atrás, onde havia uma aura diferente, onde o verão durava três meses e podia-se sair à noite a pé com tranquilidade. Hoje, invariavelmente, em todo show que acontece no verão na Praça do Centro, pelo menos uma morte por arma de fogo é somada às estatísticas. O bucolismo e o sossego de nossas praias deram lugar a carros com equipamentos de som potentes tocando músicas de gosto duvidoso a toda altura, incomodando a quem tem um gosto mais refinado ou que não se curva à idiotização midiática diuturnamente enfiada goela abaixo das pessoas mais incautas pelas tv’s abertas. Alguns bem que tentam resgatar o que Marataízes de melhor tinha, não medem esforços, mas para mim soam como gritos sem eco numa multidão de gente que rema somente para onde o vento sopra, incapazes de desenvolver um gosto pessoal próprio, reses de uma massa de manobra a serviço de quem não tem interesse em que a população se desenvolva culturalmente, o que não é privilégio nosso, sendo algo que é endêmico em todo o país. Desejo de coração que o nordestão que varre nossas praias e fazem a areia dançar no asfalto sopre pra longe tudo de ruim que nos assola e que venham bons ventos pro lado de cá. Parabéns, Marataízes.