MEPES comemora 50 anos em grande estilo
A história deste Movimento foi marcada por ações pioneiras, dentro de uma visão de futuro, buscando, a promoção integral do ser humano e melhoria da qualidade de vida no campo
O Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo – Mepes completou 50 anos, nesta quinta-feira, 26 e para comemorar a data foi realizada uma cerimônia especial, no Centro de Formação em Piúma com a presença das escolas integradas e várias autoridades.
Em tempo o secretário de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (SEAG), Ideraldo Luiz de Lima juntamente com o vice-governador assinaram a ordem de serviço para instalação da antena de telefonia móvel e internet 3G na comunidade de Nova Esperança.
Durante o evento de comemoração, o maestro, Inárley Carletti fez uma belíssima apresentação de uma canção em homenagem ao Mepes. O maestro arrancou aplausos da imensa plateia. Várias pessoas emocionaram-se contando suas experiências com o Mepes, relembraram como tudo começou.
Em 1968 foi criado o (MEPES), cujo objetivo principal é promover o homem por meio da melhoria da qualidade de vida no meio rural.
De acordo com a presidente da Junta diretora do Mepes, Amélia Siller, a data é muito significativa para a instituição. “São 50 anos de fundação, estamos relembrando do nosso fundador padre Humberto Petrogrande que deixou esse legado fabuloso. É uma trajetória de, não restam dúvidas, uma trajetória cheia de conquistas movidas a lutas, desafios, muitos aplausos, uma trajetória que ultrapassa as fronteiras do Espírito Santo e hoje é reconhecida nacionalmente e internacionalmente. O Mepes como movimento de base que atua em várias áreas, educação, saúde, turismo, ação comunitária, formação político-ideológica, se preocupa com o ser humano e integralidade, essa é a nossa mística. O Mepes valoriza o autêntico intercâmbio, entre pessoas, ações, parcerias. O Mepes foi capaz de expandir a pedagogia da alternância para outros estados. No cumprimento da sua missão, o Mepes divide o protagonismo de suas ações com as pessoas e as comunidades atendidas. O protagonismo é reconhecido em todo o estado. Queremos compartilhar com cada pessoa aqui presente esse momento de alegria”, ressaltou Amélia.
O superintendente do Mepes, em Anchieta, Idalgizo José Monequi afirmou que 50 anos do Mepes não significa cinco dias, nem cinco semanas. “São meio século de história, de muito trabalho, de muita luta, mas também de muitos resultados”.
Segundo Idalgizo, é incalculável o número de pessoas atendidas pelo Mepes durante os 50 anos, nas escolas, nas creches, no hospital, no centro de formação, na escola de turismo. ‘Hoje nós estamos comemorando com muita a alegria, o excelente resultado do trabalho do Mepes que foi o pioneiro na implantação da educação do campo com a pedagogia da alternância no Brasil e hoje, são mais de 500 escolas que adotam em 25 estados da federação. Tem que comemorar, a luta valeu a pena”, salientou Monequi, que acrescentou, “só foi possível o Mepes fazer essa caminhada graças primeiro a participação das comunidades, as famílias, o grande empenho e dedicação das pessoas que atuaram no Mepes durante todo esse tempo. Precisamos fazer um agradecimento muito especial a todos os parceiros e colaboradores do Mepes, o poder público municipal, as Câmara de vereadores, o governo do estado, os sindicatos, cooperativas, as organizações sociais, enfim, o Mepes vive de parcerias”, agradeceu Idalgizo.
O secretário Estadual de Educação, Haroldo Rocha destacou que o fundador do Mepes, o padre Humberto Pietrogrande via com muita clareza a importância da educação. “Em especial a educação do homem do campo. Esse trabalho que ele colocou de pé sempre teve muito próximo a nós todos do governo. O governador Paulo Hartung tem uma ligação muito estreita com o Mepes, porque ele conheceu a filosofia desde os primeiros momentos. Em 1989 quando o ES fez a nossa Constituição Estadual, no ano seguinte à Constituição Brasileira, o governador foi na Constituição e propôs um artigo que declarou as escolas do Mepes escolas públicas. Desde lá, a Secretaria de Estado da Educação sempre repassou recursos para as escolas do Mepes, na época eram poucas, hoje já são mais de 20, o que permitiu ao Mepes expandir. Eu me recordo, quando fui secretário de Educação em 2006 e 2007, eu me encontrava com os secretários de todo o Brasil e se debatia a questão do apoio das secretarias nas escolas famílias agrícolas que já tinham no Brasil afora e o estado conseguia fazer o apoio e não tinha essa tinha essa previsão na constituição, nós aqui pioneiramente abrimos esse caminho e a gente ver os resultados, é uma alegria grande comemorar 50 anos. Eu penso que o Mepes, todos os seus membros devem nesse ano que se comemora 50, planejar mais 50 e concentrar todas as mudanças que o mundo está passando, particularmente na educação, a realidade da tecnologia digital que é uma ferramenta fundamental para o processo de aprendizagem”, ressaltou Haroldo Rocha.
Escolas Agrícolas nasceram na França
As Escolas Famílias Agrícolas, nasceram na França em 1935, como resposta aos desafios e necessidades do homem rural. Essa experiência chega ao Brasil nos anos 60 com o padre jesuíta Humberto Pietogrande e sob a influência das Scuole Della Famiglia Rurale da região de Veneto, na Itália, local de origem do jesuíta. Nessa época o Brasil estava passando por grandes transformações econômicas e políticas. O êxodo rural era intenso, muitas famílias estavam deixando suas terras e migrando para os centros urbanos em busca de melhores condições de vida.
A base para a ação será a promoção do homem todo e de todos os homens, entendido em todas as suas dimensões: espírito, mente, corpo, inteligência, sensibilidade, individualidade, sociabilidade…, sem admitir nenhuma exclusão. Qualquer programa feito para aumentar a produção não tem, afinal, razão de ser, senão colocado a serviço da pessoa humana. Deve reduzir desigualdades, combater discriminações, libertar o homem da servidão, torná-lo capaz de, por si próprio, ser o agente responsável de seu bem-estar material, progresso moral e desenvolvimento espiritual. (Pietrogrande, 1974)