MERENDA: um tema com vários ângulos de debate
A Alimentação escolar é um tema bastante amplo, envolve diversos servidores. Em Piúma foi realizada uma reunião com diretores e com merendeiras, juntamente com o Conselho de Alimentação. Em Kennedy, as profissionais valem ouro
O jornal Espírito Santo Notícias vem se debruçando sobre o tema desde o lamentável episódio que envolveu a Escola Padre Anchieta, em relação aos alunos que passaram mal na sexta-feira, 16, após saírem do colégio. O assunto ganhou repercussão no Estado e acabou alertando os municípios.
Na manhã desta segunda-feira, 19, a secretária de Educação, Isabel Fernanda Scherrer Rocha reuniu diretores das creches, educação Infantil e Ensino Fundamental para falar sobre os cuidados que devem ser redobrados em relação à alimentação dos estudantes. A reunião ocorreu no prédio antigo da Prefeitura onde passa a funcionar a SEME.
Desde os cuidados que se devem tomar com os bicos das mamadeiras, até a hora de servir aos alunos. A reunião contou com representantes do Conselho de Alimentação Escolar e todos os diretores das escolas. A tarde foi a vez dos diretores se reunirem com a equipe que atua na cozinha dos educandários.
De acordo com Fernanda Scherrer, a reunião foi exclusiva para tratar do assunto do momento, uma vez que, nenhum município está livre de ocorrer uma fatalidade, como que houve em Anchieta e, mesmo não sabendo a causa do mal que os estudantes tiveram, é preciso redobrar os cuidados.
“A reunião foi totalmente fora da pauta, até porque, estamos inclusive fazendo mudança da sede da secretaria para o prédio do centro, tivemos que convocar todos os diretores para uma conversa muito séria, sobre a geladeira, o armazenamento dos alimentos e agora, obedecendo, a lei todas as escolas colherem todos os dias uma amostragem que está sendo servido dentro da escola no turno matutino e vespertino”, disse.
Fernanda comentou que o percurso da merenda perpassa desde a compra, que primeiro passa pelas mãos da nutricionista. “Ela recebe o material, confere junto os rapazes que fazem o carregamento e chega ao almoxarifado. Quando é distribuído nas escolas, o responsável pela destruição confere pacote por pacote a validade dos alimentos. Na escola, o Conselho de Merenda vai de 40 em 40 dias para verificar as dispensas e ver se não tem merenda fora da validade”, disse.
Sobre a capacitação das merendeiras, Fernanda disse que está organizando um encontro com elas, porque estão sem essa formação há um bom tempo, mas o Conselho de Alimentação e a nutricionista estão constantemente nas escolas conversando e orientando sobre a manipulação e higienização dos alimentos”.
Finalizando, Fernanda frisou que sente muito o que aconteceu em Anchieta. “É desagradável, politicamente e desagradável para a secretária de Educação, mas é com os erros que a gente aprende, a gente tenta evitar que outros casos aconteçam”.
Não pode congelar alimentos prontos
A presidente do Conselho de Alimentação Escolar – CAE, Jorgiane Taylor, em Piúma falou que a orientação em relação à quantidade de comida a ser feita na escola deve ser por perca pita. “A gente realmente não tem feito assim, as cozinheiras têm uma noção depois de lidar anos e anos, elas fazem a alimentação. Em relação a sobra não pode ser congelada para reaproveitar. Elas dão jeito de descartar. Não pode congelar e depois descongelar e servir. As merendeiras fazem um balanço de quantos alunos tem na escola e em cima desse número, elas fazem o cálculo para evitar sobra”.
Jorgiane afirmou que o Conselho de Merenda em Piúma é muito ativo e orienta vários fatores. “O Conselho sempre está presente orientando em relação na forma de condicionamento dos alimentos, materiais de limpeza não pode em hipótese alguma ficar próximo ao material que é servido. Não há necessidade hoje das escolas fazerem um estoque exagerado de comida. E a forma de acondicionar, data de validade, se o material que chega elas estão passando para baixo para levantar aquele que já está no estoque, tudo tem que ser guardado dentro das tampinhas para não ter contato com mosca, as lixeiras que ficam próximas dos fogões têm de ter as tampas com sacos de lixo e o material que elas devem usar, avental, toca, sapato fechado. Os bicos das madeiras são lavadinhos e colocados em potes com tampas, a preocupação começa desde os bebês até as escolas maiores. Estamos sempre presentes”.
O CAE este ano já participou da elaboração do cardápio, acompanha as licitações olhando as amostras, “já reprovamos amostras enquanto conselheiros, participamos de tudo. Outra orientação que estamos passando as escolas é: tudo que é servido no município tem que ser guardada uma amostra, acondicionar, datar e colocar no congelador”.