Morrem mãe e bebê no Hospital de Anchieta-ES após complicações

Uma testemunha afirmou à reportagem que Elizangela morreu no quarto e tentaram salvar o bebê, mas já era tarde. Morreram mãe e filho

A morte da dona de casa Elisangela Brandão do Nascimento de 32 anos, e seu bebê, residente no Morro do Formigueiro, na Comunidade de Goimbê, interior de Anchieta, na manhã desta quarta-feira, 21, no Hospital e Maternidade de Anchieta deixou os parentes completamente transtornados.

A Reportagem foi ao Hospital para saber o que havia ocorrido, uma vez que, a denúncia que chegou a redação era que houve negligência da instituição.

A diretora Administrativa, Poliana Ports ressaltou que Elisangela morreu durante o parto bem como, o bebê. Oportunamente, ela informou que o Mepes só vai se pronunciar sobre o ocorrido após o laudo cadavérico do bebê e de Elisangela. Os corpos foram encaminhados ao Serviço de Verificação de Óbito – SVO para que seja descoberta a causa.

A diretora ainda afirmou que, durante a cesariana para tentar salvar Elisangela e o bebê estavam profissionais de referência na área médica, o obstetra Luiz Alberto Grandioso, médico também do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim, Dr. Gabriel, auxiliar de cirurgia e dr. Alriceia, pediatra quem fez a sala de parto.

José Maria Brandão, é vereador de Anchieta e parente de Elisangela, ele estava na instituição dando total apoio a família. Eles se conhecem desde a infância de Elisangela e toda a família dela, além e residir em uma comunidade próxima.

De acordo com José Maria, o médico obstetra conversou com o esposo de Elisangela e com ele. “Ela veio para hospital com uma dilatação de um centímetro e os médicos foram acompanhando, desenvolvendo o trabalho para parto normal. Quando chegou nesta quarta, o caso dela se complicou, houve queda de batimentos cardíacos e outras coisas que estão no relatório médico, mas afirmativa mesmo só após o laudo do SVO. O laudo será acompanhado pelo próprio hospital, quem está fazendo o serviço e exige que os corpos sejam transferidos para se ter a certeza do que realmente aconteceu para chegar ao óbito de uma mulher de 33 anos e seu filho que estava dentro do prazo de gestação, com noves meses normais. Ficamos sabendo que foi feito a cesariana para tentar salvar a mãe e a criança, mas infelizmente, nem um, nem outro. É muito triste, é muito lamentável e a gente fica transtornado com um acontecimento desse que a gente não sabe se é negligência ou se é a parte natural da vida, mas o fato é, o laudo do SVO é quem vai definir o que ocorreu”, ressaltou Zé Maria.

Fernanda Brandão é irmã de Elisangela, ela contou que a internação foi no sábado pela manhã. “Ela já chegou ao hospital passando mal, com dores. Ela fez contato nesta quarta com minha prima e minha tia, estava toda feliz. Me ligaram e me avisaram, eu fiquei muito triste, vim correndo para o Hospital para saber o que houve. Eu não estou nem acreditando, parece mentira”, comentou.

A camareira, prima Alziani Brandão do Nascimento, 39 anos, comentou que Elisangela estava fazendo o pré-natal corretamente. “Ela veio no sábado sentindo dores. Eu conversei com ela pela manhã, ela me disse que estava com muita dor e sangrando, e, me pediu que ligasse mais tarde. Eu fui na casa da mãe dela e na hora que liguei ela já não atendeu mais. Eu entrei em desespero, logo veio a notícia de que ela tinha falecido. Não tem explicação”.

Acompanhante de outra paciente viu a alegria de Elisangela

“Eu estava acompanhando outra paciente no quarto ao lado. Ela ficou no nosso quarto até 23h30 assistindo televisão, estava bem e tranquila, antes de fechar a porta do quarto, era 0h00, eu fui lá conversar com ela e tinha outra mulher grávida no mesmo quarto. Ela conversando comigo disse: ‘a amanhã eu vou ganhar essa menina’. Ela estava feliz e rindo, e disse que não via a hora de ver a carinha da filha. “Tô doida para voltar para casa por causa dos meus filhos, eu tenho um neném de um ano e pouco’. E eu disse: amanhã você ganha, se Deus quiser. Ela falou assim: ‘mas o médico não está querendo fazer o meu parto cesariana não, está falando que estou com 38 semanas, mas eu estou com 39 semanas’. A barriga dela enorme a neném chutando, chutando, chutando. Eu fui deitar no quarto ao lado e ela ficou com a outra paciente. Hoje de manhã, antes de eu ir para casa para tomar um banho e voltar, eu fui falar com ela. Ela disse: ‘Graças a Deus que já amanheceu o dia, hoje eu vou ganhar minha filha, vou fazer ultrassom, ele vai ver que estou com 39 semanas e eu vou ganhar ela’. Eu peguei fui para casa, eu cheguei umas 10h00, recebi uma ligação e falou que ela tinha acabado de falecer e a neném também. Me disseram que eles deram um remédio a ela e ela começou a ficar roxa, gritar, se bater e falando que estava morrendo, infelizmente ela faleceu. Levaram ela neste momento para o centro cirúrgico para tentar socorrer a criança, mas infelizmente não deu tempo”, declarou uma testemunha que pediu anonimato por medo. A reportagem preserva o direito da fonte.

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