Nota de esclarecimento; caso delegado
Diante das cobranças sobre o posicionamento do Espírito Santo Notícias em relação ao fato envolvendo o delegado de Piúma, David Gomes Santana, sentimos a necessidade de esclarecer alguns pontos.
Primeiramente, gostaríamos de reafirmar o compromisso que temos com a verdade e a ética jornalística. Como o maior veículo de comunicação da cidade, é natural que sejamos cobrados para trazer informações precisas e de interesse público. No entanto, é igualmente importante garantir a segurança de nossos jornalistas e colaboradores, especialmente em situações delicadas como essa.
O fato, registrado por câmeras de segurança em 4 de setembro, mostra o delegado abordando e agredindo um trabalhador em frente a um estabelecimento comercial da cidade. Após a repercussão, a Polícia Civil informou que a Corregedoria abriu uma investigação sumária para apurar as possíveis irregularidades, tanto na esfera administrativa quanto criminal. Essa apuração pode resultar em sanções, conforme o rigor da lei.
Optamos por não publicar a matéria de imediato por razões de segurança. Já recebemos, em outras ocasiões, ameaças veladas e pressões relacionadas a coberturas que envolvem figuras públicas da cidade. Além disso, fomos informados de que, logo após o ocorrido, houve tentativas de apagar as imagens das câmeras de segurança próximas ao local, o que aumenta nossa preocupação.
Não estamos omitindo o caso nem defendendo qualquer forma de violência. Pelo contrário, orientamos a vítima a registrar uma denúncia formal na Corregedoria da Polícia Civil para que os fatos sejam devidamente apurados. Defendemos que a justiça seja feita, com base em provas concretas, e que qualquer violação de conduta seja punida, independentemente de quem a cometa.
Sabemos que nosso papel como veículo de comunicação é fundamental, e nossa imparcialidade e compromisso com a ética nos guiam em todas as decisões. Entretanto, acreditamos que algumas situações exigem cautela, pois envolveram não apenas questões jornalísticas, mas também a segurança física daqueles que buscam informar a sociedade.
Vale lembrar que, em casos anteriores envolvendo o delegado, outros veículos de comunicação também sofreram represálias, inclusive com ações judiciais e multas significativas. Isso apenas reforça nossa postura de buscar sempre a verdade, mas com a responsabilidade de proteger nossa equipe.
Por fim, reiteramos que Espírito Santo Notícias nunca compactuará com agressões policiais ou qualquer tipo de abuso de autoridade. Defendemos que o caso deve ser apurado com rigor, e que qualquer culpado seja responsabilizado conforme a lei. Continuaremos informando a população com seriedade, transparência e, acima de tudo, segurança.
Veja o posicionamento do delegado na íntegra:
Preliminarmente, é necessário registrar que imagens que aparecem no vídeo foram recortadas e não retratam os fatos em sua integralidade. Momento anteriores, este indivíduo já havia lançado diversas provocações dando a entender que estava armado : “Esses policinhas acham que são semideuses, não sabem que o que eles têm eu também tenho” dando a entender que estaria armado, considerando que estava com uma bolsa atravessada no peito.
Assim, após efetuar a compra no mercado, conforme se comprova nas imagens, dei voz de abordagem ao indivíduo para que este colocasse a bolsa em cima da mesa, objetivando proceder a revista e verificar a existência ou não de uma arma de fogo. Mesmo diante da ordem de abordagem, este desobedeceu, momento em que fora dado uma segunda ordem igualmente desobedecida. Na terceira ordem, como este não atendia à voz de abordagem, levei a minha mão em sua bolsa para verificar se havia ou não de fato arma conforme ele insinuava.
Neste momento, sinto um objeto dentro da bolsa e interpreto, pelo contexto, que tratava-se de uma arma de fogo. A resistência continua, conforme se verifica no vídeo, e o indivíduo puxa a bolsa de minha mão, me afasta com o braço esquerdo, tira a bolsa que estava presa em seu corpo e leva a mão em direção à bolsa, momento em que interpreto que ele poderia sacar de uma arma e utilizo da força para anular aquele perigo que entendi como iminente.
Posteriormente, a resistência por parte do indivíduo cessa, procedo a revista da bolsa, e constata-se que se tratava de um grampeador. Inicia-se uma conversa com o indivíduo, indagando-o o porquê das provocações e da resistência. Este se desculpa, eu igualmente me desculpo, convido-o para comparecer à delegacia para que fosse registrado tal fato onde ele estaria dando a versão dele e eu a minha. Este nega-se a ir à delegacia e diz que estaria ligando para o Ciodes para fazer a ocorrência. Minutos após, este desiste de fazer a ocorrência e dispensa o chamado.
Ambos nos cumprimentamos, e, em seguida, vou embora. Vários dias após tal fato, este faz um registro de ocorrência relatando os fatos de forma totalmente distorcida. Reafirmo veementemente que não ocorreu nenhuma injúria homofóbica como insinuou este indivíduo, e que o maior interessado nas imagens sou eu, considerando que ela está em sincronia com o aqui relatado.
Nota da defesa de Wellington Abreu dos Santos
A defesa de Wellington Abreu dos Santos, vem a público repudiar as falsas justificativas apresentadas pelo Delegado David de Santana Gomes. Além da injusta e covarde agressão sofrida pelo nosso cliente, agora ele novamente é vítima, pelo crime de calúnia. Com notório objetivo de afastar-se da responsabilidade criminal, as falsas declarações proferidas pelo Delegado irão gerar mais um processo que ele deverá responder perante a justiça.
As imagens foram repassadas para a Corregedoria Geral da Polícia Civil na íntegra, sem qualquer tipo de edição ou cortes, inexistindo qualquer tipo de provocação ou atitude suspeita por parte do nosso cliente anterior à agressão. É sim evidente, a covardia em face de um jovem trabalhador no seu emprego e uniformizado, tomando café e lanchando, aguardando sua próxima entrega.
Destacamos ainda, que toda investigação esta sendo realizada paralelamente por esta Defesa, sendo encaminhado para a corregedoria e para o judiciário todo material probatório.