Nova praga ameaça pastagens: cigarrinha-da-cana-de-açúcar
No final de 2022, diversas fazendas enfrentaram a devastação de suas pastagens devido à infestação da cigarrinha-da-cana-de-açúcar. O inseto, usualmente associado à cultura da cana-de-açúcar, migrou para os pastos, dizimando o capim e, consequentemente, comprometendo o suprimento alimentar do gado. Com a chegada das chuvas, a ameaça retorna.
A temporada de chuvas marca o início da infestação, tornando crucial que os produtores estejam atentos para evitar danos significativos e tomem medidas preventivas contra a cigarrinha. A especialista em gestão agropecuária 360º, Renata Erler, compartilha orientações para os fazendeiros se protegerem contra essa praga e preservarem suas pastagens.
Erler destaca que existem espécies de cigarrinhas que atacam os pastos, e a estratégia mais eficaz de prevenção é optar por pastagens resistentes a esses insetos. Atualmente, a Embrapa recomenda o uso do pasto braquiarão. Mas é importante notar que a cigarrinha que recentemente passou a afetar o capim é uma espécie específica da cana-de-açúcar.
“A pastagem recomendada, apesar de oferecer resistência à maioria das infestações, não possui defesa contra esse tipo de inseto, que é característico da cana-de-açúcar e, até então, nunca havia afetado pastagens”, explica a especialista. Uma característica distintiva é a clorose do capim, resultando em uma mudança de cor para o amarelado. Sem os devidos cuidados, a cigarrinha pode comprometer seriamente o capim.
Erler enfatiza a importância de agir no início da infestação para evitar que o inseto assuma o controle do pasto. A especialista também oferece orientações sobre como combater a cigarrinha nos pastos. Para conter a infestação, é fundamental adotar práticas de manejo do gado e implementar o controle biológico, que envolve a aplicação de um fungo diluído, inofensivo para o gado, que ataca a cigarrinha sem prejudicar o capim.
“O controle biológico é realizado através de aplicações do fungo Metarhizium anisopliae, que é amplamente disponível em lojas especializadas e pode ser aplicado utilizando pulverizadores, tratores ou até mesmo aviões, sem a necessidade de retirar os animais da pastagem. Uma das maiores vantagens desse método é que o fungo não causa danos ao meio ambiente e não representa riscos à saúde humana”, explica.