Número de formalizações é crescente no Espírito Santo

A pandemia ocasionou o fechamento de muitas empresas, mas também abriu oportunidades para que pessoas que perderam seus empregos iniciassem uma jornada no empreendedorismo.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), referente ao primeiro trimestre de 2022, o Espírito Santo possui608.987 empreendedores, entre eles, os informais, empresários e produtores rurais. Desses, 410.847 homens (67,46%) e 198.140 mulheres (32,54%). Os dados correspondem a uma pesquisa amostral, ou seja, que refletem a realidade, com base em uma estimativa.

Uma análise dos dados da Pnad-C aponta para um crescimento no número de formalizações nos últimos dois anos no estado. No primeiro trimestre de 2020, o Espírito Santo tinha 183.313 empresários formalizados, representando 31,8% dos empreendedores capixabas. No mesmo período deste ano, esse número subiu para 207 mil, passando a representar 34%.

“A gente consegue observar um movimento crescente de formalizações e isso é bastante positivo do ponto de vista empresarial e econômico, uma vez que a formalização traz mais segurança e facilidades para quem empreende, além de abrir novas oportunidades para que o negócio se mantenha no mercado por mais tempo, como a participação de compras governamentais, emissão de nota fiscal, acesso ao crédito e benefícios previdenciários, no caso dos MEIs”, destaca a analista do Sebrae/ES, Renata Braga.

Proporcionalmente, as mulheres foram as que mais se formalizaram, saindo de cerca de 72,6 mil empresas formalizadas para aproximadamente 83 mil e registrando um crescimento percentual de 5,6%. Consequentemente, a redução na informalidade deste grupo também aconteceu, saindo de 54,9% candidatas à empresária para 47,1%, em dois anos.

Já entre os homens, neste mesmo período, o número de empresas formalizadas aumentou em quase 14 mil, ou seja, passaram a representar 30% do universo masculino de empreendedores, com 124.354 empresários formalizados. A informalidade neste grupo, por sua vez, sofreu uma redução de 2,2% se comparado com o 1º trimestre de 2020.

“O Sebrae/ES está à disposição dos pequenos negócios capixabas para que eles caminhem para a formalização. Os atendimentos podem ser feitos por telefone e whatsapp pelo número: 0800570 0800, ou presencialmente mediante agendamento pelo mesmo contato”, ressalta a analista.

Perfil do empreendedor

Em sua maioria, os empreendedores capixabas são negros (57%) e atuam por conta própria (85%). Cerca de 344 mil empreendedores são os chefes de domicílio, ou seja, os responsáveis por manterem o sustento da casa, isso representa mais de 56% desses empreendedores, que normalmente figuram entre a faixa etária de 25 a 64 anos, com uma concentração maior na faixa dos 35 a 44 anos.

O grau de escolaridade varia principalmente entre ensino fundamental e médio, completo ou incompleto, com mais de 74% dos empreendedores dentro deste perfil. Quando avaliado por gênero, proporcionalmente, as mulheres são as mais escolarizadas, com 26% delas com ensino superior completo ou incompleto, contra apenas 16% dos homens.

Observa-se também que ao mudar a posição do empreendedor no domicílio, também varia o grau de escolaridade e a faixa etária. Os empreendedores na categoria “filhos” tendem a empreenderem mais jovens, entre 25 e 34 anos e possuem ensino médio e superior, completos ou incompletos.

A informalidade é uma realidade para 42% dos empreendedores capixabas, sendo mais percebida entre as mulheres (47%) do que entre os homens (40%). Quando avaliada com o recorte raça, 50% das pessoas negras que empreendem são informais, 30,7% formalizadas e 19,3% é produtor rural.

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