Operação do MPES desmantela esquema de corrupção; juízes e advogados são presos

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) realizou na manhã desta quinta-feira (1º) uma ampla operação para combater um esquema de corrupção que envolve agentes públicos e advogados. A ação, batizada de “Follow the Money” (Siga o Dinheiro), cumpre mandados em várias cidades capixabas, incluindo Vitória, Vila Velha, Serra e Barra de São Francisco, além de abrangências nos estados do Rio de Janeiro e Paraíba.

A operação visa cumprir 52 mandados expedidos pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo, sendo:

  • 7 mandados de prisão preventiva;
  • 30 mandados de busca e apreensão;
  • 2 mandados de afastamento funcional de agentes públicos;
  • 13 mandados de suspensão do exercício da atividade profissional, proibição de contato entre pessoas, proibição de acesso às dependências de órgãos públicos, além de monitoramento eletrônico.

O MPES informou que a investigação já identificou pelo menos 34 pessoas envolvidas no esquema, incluindo dois juízes: Bruno Fritoli Almeida e Maurício Camatta Rangel. Bruno Fritoli foi conduzido ao presídio da Polícia Militar em Vitória, enquanto Maurício Camatta recebeu medidas restritivas de liberdade, passando a usar tornozeleira eletrônica.

Os advogados de defesa de Bruno Fritoli expressaram confiança na sua inocência, destacando sua atuação de quase uma década no judiciário com integridade. Eles aguardam a decisão do Tribunal de Justiça sobre a ratificação da medida imposta pelo desembargador relator.

A Associação dos Magistrados do Espírito Santo (AMAGES) afirmou que todos os magistrados estão sujeitos às mesmas normas e procedimentos que qualquer cidadão, e destacou a importância de uma apuração imparcial, garantindo o direito à ampla defesa. A AMAGES disponibilizou assessoria jurídica para Maurício Camatta, que está sendo assistido pela comissão de prerrogativa da associação, enquanto Bruno Fritoli não é associado.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES) também está acompanhando o caso de perto, buscando informações para tomar as providências necessárias conforme as prerrogativas da advocacia e as normas do Código de Ética e Disciplina da OAB.

Envolvimento de Advogados

Além dos juízes, a operação prendeu advogados suspeitos de envolvimento no esquema. Foram detidos Ricardo Nunes de Souza, José Joelson Martins de Oliveira, e Vicente Santório Filho. Outros advogados foram alvos de mandados, incluindo Isaac Beber Padilha, Wisley Oliveira da Silva, Lucas Beber Padilha, Lucas Gonçalves da Silva e Vaguiner Coelho Lopes.

A Operação “Follow the Money” foi coordenada pela Procuradoria-Geral de Justiça e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO Central e Norte), com o apoio da Polícia Militar. A ação contou com a participação de 9 membros do Ministério Público e 97 policiais.

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