OPINIÃO: afinal de contas, era ou não era Bagre Africano?
Pode ser alguns pacotes estivessem com uma coloração diferente, ou, pode ser que realmente colocaram o tal bagre no lugar do filé do pescado
Eta cidade pra gostar de boatos, fofocas, esquemas, mentiras, politicagem, metáforas… E o hospital tá sempre na roda, nos grupos, nos storys, nos BO’s.
Ainda outro dia era ‘porradaria’ no corredor com direito a manchete em rede nacional. ‘Noutra’, mais atrás, era sexo no necrotério e beijos no RX. A cadeira de rodas que derrubou o idoso, o motim e agora o ‘desgramado’ do tal Bagre Africano.
Só sei que o assunto foi a pauta da semana passada, na Roda dos Malandros, nas peixarias, nas filas, nos grupos de WhatsApp. “Viu a reportagem”? Há quem diga que a Prefeitura comprou “gato por lebre” ou alguém, fez um acordo escuso para que, ao invés de o fornecedor entregar o filé de Pescado, ou a posta de Cação como preconiza a nota de compra, um peixe mais inferior, comparado ao Bagre Africano. Neste caso, só uma metáfora.
E qual foi a medida adotada quando o fiscal do povo comeu deste peixe? Pegou na alça da panela e fez um vídeo ao vivo, chamou a jornalista, acionou a PM, registrou um BO? Ele disse que não queria expor as vísceras da gestão, que achava que dava para resolver em off, mas a demora para a devolução do filé rosado o fez gravar o vídeo na sessão.
Qual é o procedimento a ser tomado diante de uma gravidade deste tamanho? Ora, senhora secretária, se o setor de compras comprou caviar, é caviar que tem de chegar, né não? Quem está por trás desta ata de preços? Se pediu na nota filé de Pescado, ou posta de Cação, tinha de ser um dos dois e não um peixe inferior, mais barato, como o tal Bagre Africano.
Vamos deixar bem claro aqui, nada contra o bagre africano, que é comercializado legalmente pelos distribuidores, peixarias, e, bem feito, a gente come de lamber “os beiços”. Eu não como porque dizem que ele come gente morta.
Mas, contudo, todavia, entretanto, a nota de compras nunca foi Merluza, como disse Zé, a nota está clara: ou filé de Pescado, ou posta de Cação!
Ora bolas, se a coloração do peixe estava diferente e o gosto também, era preciso analisar bem o produto, porque, pela manhã, comeram até se empanturrar. Até o doente acamado quis repetir o prato. Aí, de noite, dois dias depois, o tal peixe era outro?
Disseram a mim, lá no Hospital, que diante da comprovação desta coloração foi pedido imediatamente que retirassem os outros pacotes do circuito, eles não poderiam ir parar na panela. A cozinheira que fez o peixe nos plantões diurnos disse que no pacote estava escrito filé de Pescado, e que ela não percebeu nenhuma coloração diferente. Já a cozinheira do plantão da noite teria notado que a cor do peixe não era compatível com a cor do Pescado. Estranhando a cor e o gosto, Zé foi em busca de explicações. O peixe foi cortado imediatamente do cardápio até que o fornecedor fizesse a troca, por outros 50 kg, foi então que o fornecedor lá de Kennedy, trouxe postas de Cação.
Se Zé, depois de constatado que era Bagre Africano, tivesse pedido apreensão do produto e solicitado que fosse encaminhado à análise, para, depois de comprovado oficializar uma denúncia no Ministério Público e também na Casa de Leis, certamente teria criado uma indisposição gigante com a gestão. Mas poderia trazer à tona a verdade dos fatos, e quem sabe, uma punição ao fornecedor.
Pelo que nos foi informado, tão logo ele detectou gosto e coloração diferente no peixe preparado em seu plantão, ele interrogou logo à nutricionista que, prontamente, foi até ao fiscal do contrato e disse: ‘olha o filé de pescado está com uma coloração diferente, pede para que a empresa troque este produto’. E, tão logo disse ao vereador, ‘pedimos a substituição do peixe’. A empresa fez a substituição e a Prefeitura não teve nenhum prejuízo nesta compra, até então.
Agora fica uma dúvida. Zé reclamou e o peixe foi trocado, devolvido. Será que era mesmo o tal do Bagre Africano, ou seja, um peixe mais barato que levaram no lugar do filé de Pescado?
Quero dizer, Zé, que se foi Bagre, ‘Mivale’ (peixe de arrasto), barrigudinho do brejo ou qualquer outro peixe inferior comprado, e, se teve qualquer interferência de um bandido no meio da negociação, que se abra um processo e leve o caso à polícia, porque eu vou adorar abrir uma manchete e escancarar pra geral.
Outro dia era o café com gosto de palha devolvido, agora Bagre Africano, quem está recebendo os produtos quando chega e assinando a nota? Neste caso, presidente, vamos em busca das provas e ‘vamos botar pra torá’! Lugar de bandido, não é na Prefeitura, nem na Câmara, é na cadeia! E peixe bom é aquele que a gente paga honestamente, leva o verdadeiro pra casa, e não paga mais caro e leva o vagabundo, aí não, né Zé!