OPINIÃO: Nossa saúde em arco-íris
Bacharel em Direito, Licenciado em Letras – UFMG, acadêmico em Biomedicina – Estácio de Sá e Diretor administrativo do Laboratório Bioclínico: estreia neste domingo, 13, o colunista Dr. Bruno Silvino –
Hoje saindo do PA de Anchieta vejo um cartaz do junho violeta, mês dedicado à conscientização do combate à violência contra a pessoa idosa. Pensei: nossa, mais uma cor?
Pois é, nosso calendário já tem um arco-íris de campanhas e vira e mexe alguém tem essa reação de surpresa que tive. É janeiro branco (saúde mental), fevereiro laranja (leucemias), março lilás (colo do útero), abril verde (acidente do trabalho), maio amarelo (acidente de trânsito), junho vermelho (doação de sague), julho amarelo (hepatites virais), agosto laranja (esclerose múltipla), setembro amarelo (suicídio), outubro rosa (câncer de mama), novembro azul (câncer de próstata) e dezembro vermelho (AIDS). Enumerei as mais conhecidas, mas existem outras. Às vezes as cores se repetem e pode haver em um mesmo mês mais que uma campanha acontecendo.
Com tanta campanha, um ou outro diz: mas é preciso isso? Eu entendo que sim. No dia internacional das mulheres deste ano, um médico amigo meu disse todo pomposo: todos os dias é o dia das mulheres! A retórica é bonita, mas acontece na prática? Infelizmente, ser mulher em um mundo ainda muito machista não é nada fácil e o dia 08 de março deve ser celebrado sim. Nesse mesmo sentido, o junho violeta deve ser divulgado e trabalhado, porque também não é nada fácil ser idoso no Brasil. Desde o inicio da crise sanitária da Covid19 em 2020, dados do Disque 100 revelaram mais de 40 mil casos de violações de direitos humanos registrados contra o idoso no país.
Prevenir, proteger, promover e recuperar a saúde do idoso é uma questão de humanidade e vai muito além de um “junho”. Aliás, todo esse arco-íris é uma questão de humanidade e vai muito além de um mês ou de uma cor.