OPINIÃO: Respeite a minha cor e lutaremos pela nossa liberdade
A Couluna Direito Seu do advogdo Magno Martins Teixeira é publicada nesta sexta-feira
Já fui chamado de preto, criolo, afrodescendente, tição, escuro, negrume, negrete, breu, fosco, escravo, mulato, azul, africano, melânico, zulu, buiu, macaco, pessoa de cor, mulatinho, carvão, asfalto, galinha de macumba, pacote de fumo, muçum, pelé, de noite, tiziu, rapa de tacho, dentre outros.
Nos livros de história minhas datas “comemorativas” são 13 de maio, 20 de novembro, 25 de junho, nos jornais e pesquisa estou sempre em primeiro lugar, e não para por aí, lidero também na fila do SUS, desemprego, fome, favelados, extrema pobreza e menores salários. Parece que não tenho passado, presente e futuro, no Brasil dá a entender que ninha história se resume em escravidão, libertação dos escravos, cotas raciais e estatísticas.
No cenário atual o tema mais discutido é a liberdade em seu contexto geral, isso se dá pelo fato da Constituição ter virado um álbum de figurinhas, onde as normas foram encobertas pelos polêmicos decretos municipais, estaduais e federais. Perdemos nosso direito de ir e vir, expressão e de exercer a profissão.
É notável, nos contextos expostos, a presença de duas realidades extremamente diferentes e atuais, ocorre, que uma teve seu marco inicial no século XVI e vem se arrastando até hoje, já outra se desenrolou no decorrer da Covid-19.
No Brasil, a liberdade da “pessoa de cor” nunca foi respeitada, todas nossas conquistas foram e ainda são concretizadas por guerreiros como Zumbi, Dandara, Milton Santos, Carolina Maria de Jesus, Machado de Assis, Lima Barreto, Abdias do Nascimento, Maria Firmina, Elza soares, Conceição Evaristo, Benedita da Silva, Sueli Carneiro, dentre outros.
Venhamos e convenhamos, que toda essa manifestação de luta por direito de liberdade só evidenciou-se pelo fato dos mais favorecidos estarem experimentando o que os negros já vinham sofrendo há séculos, não sejamos hipócritas ao ponto de acharmos que por uma pandemia nos tornamos todos iguais. Somos todos diferentes, mas podemos lutar juntos, sejamos verdadeiros Mandelas, Friedrich Hayeke, Martin Luther King Jr., e Malcolm X na vida das próximas gerações.
Na verdade, não alacaremos um processo de democratização e liberdade sem superar esta triste etapa de desigualdade existente. Indefere se você é preto, branco, pardo, indígena ou de qualquer outra etnia, o que realmente interessa é que necessitamos de um Estado que esculte o nosso clamor.
Portanto não podemos aceitar um governo que privilegie a determinados indivíduos ou classe, pois tais fatos estariam incompatíveis com o conceito do Estado de Direito ferindo assim a nossa própria liberdade.