OPINIÃO: ‘Samuca’ & Elber: criador e criatura
O texto é de opinião. E por falar em opinião, nesta semana estive na Escola Lacerda de Aguiar e expliquei aos alunos a diferença entre: notícia, (Valtinho Potratz), artigo de opinião, crônica e publicidade. Hoje, é opinião tá?
O universo da política é mesmo um terreno minado, e sobre ele, é preciso ter cautela, como diz o poema da Elisa Lucinda, …“há de ser cautela com esta gente que menstrua, imagina uma cachoeira às avessas, cada ato que faz, o corpo confessa…”
No poema, a capixaba poetisa avisa, poeticamente, que os homens devam ter cautela, até mesmo se for para chamar de vaca e galinha…
Mas, voltando ao texto, nestas deslavadas linhas que desejo construir mais um ponto de vista da nossa política, quero já deixar claro que não tenho interesse em menosprezar a história de ninguém, pois cada um construiu o seu próprio legado.
Que fique claro também que, tenho admiração pelos que trazem o dom de dialogar e construir uma estrada longa com sucesso, como fez o ex-prefeito Samuel Zuqui, ao longo de sua trajetória. Sucesso que o conduziu por 4 vezes ao Executivo Municipal e traz muitos admiradores na “Cidade das Conchas”, bem como feitos importantes, haja visto a nossa Avenida Beira Rio, a construção dos postos de saúde, as realizações na educação, o carinho que sempre teve para com os artistas, as festas, os verões, os shows de eventos que trouxeram artistas nacionais para tocar e cantar aos pescadores e nativos desta linda ilha, que, talvez, não teriam condições de assistir, se não fosse através do Ministério da Cultura e os esforços da sua equipe. Ajudou a construir a história.
Poderíamos aqui enumerar os feitos de cada um, e afirmar, sem sombra de dúvida, que não há como negar a contribuição de Isaias Scherrer, um homem que marcou o seu tempo e entregou a sua própria vida ao trabalho coletivo. Morreu na labuta, ele mesmo maquinista. Eu não estava aqui, mas ouvi muito sobre ele. Seu Hélio Marvila, tanto já falei sobre o mesmo, o aterro na chegada de Piúma com máquinas emprestadas, as articulações com os deputados, o Hospital… Seu Elias Feres, seu José de Vargas Scherrer e querida Izalina (com todo seu amor aos mais sofridos), a sua filha dona Martha, que também fez e faz tudo que está ao seu alcance pelos mais necessitados. Vidas dedicadas.
Leviana sim, Valtinho, se eu não reconhecesse a sua paixão por esta terra e o beijo no piso da ponte quando inaugurada, na chegada de Piúma. Sim, eu admito que conheci esta cidade no auge de minha juventude quando vinha para cá, dançar suada atrás dos trios elétricos e depois, um mergulho no mar, nua, após fumar um. Sim, para que ser hipócrita agora e dizer que sou santa porque fiquei mais velha. Não! Eu conheci Piúma no auge dos verões, dos carnavais fora de época, “ô novo”, o Piumica, e sempre amei cada dedo de prosa naquele “Onda do Mar” comendo casquinha de siri com namoradas gatas da Capital Secreta do Mundo, ah, Aruanã, se você falasse!
Mas, vamos falar de política, de opinião, de coisa que jornalista pra frente faz, e não tem medo, ainda que torçam o nariz e falem mal de mim em quase todos os cantos da cidade. Minha vingança é que me leem, não tem opção, senão, ficam por fora dos lances.
Vou logo avisando para não dizer que não falei: o cara estava sem máquina na mão, sem mandato e andou de casa em casa com o fôlego de um menino, pediu votos, partiu pra cima e colocou 4 vereadores na Câmara. Perdeu com dignidade, com menos de 26 votos conquistados, um a um. Competência de um político que traz no sangue a paixão. Sim, queira ou não, um baita gestor.
Quem não sabe que, tanto Wallace Campi, Eliezer Dias, Elber, não só subiu no mesmo palanque, como foi chefe de seu gabinete, e é afilhado. José Carlos de Araújo também foi coordenador da estratégia da saúde, do Posto União, chegou a ser secretário em sua gestão, subiu no palanque, foi fiel e mostrou que era aliado como um cão.
O homem tinha quatro vereadores e perdeu todos. São todos traidores? Ou faltou construção?
Imagine, senhoras e senhores! Ele perdeu a política, arrumou as malas e foi para Guarapari tocar o seu negócio. Havia desistido, pendurou as chuteiras, deixou “os cavalinhos” livres para comerem na raia que quisessem.
Ora, ora, pecou. Agora não é ensaio, garante o vereador, é uma questão de honra, avisa o menino afilhado que fora consultar se ele vinha mesmo para a disputa, e não sei se estava blefando, desmotivado, desanimado, mas não alimentou esperanças. Zé também foi perguntar ao seu líder, se ele viria outra vez, estaria junto e fechado, desde o dia do terno azul, naquele primeiro de janeiro, quando assumiu a presidência da Casa, soberano, teve a desistência como resposta. Não iam ficar na Casa de Leis segurando a capa de um rei, sem coroa, sem fôlego e cansado.
Que saia justa, o menino já conta com o total apoio de Tyago Hoffiman, o deputado eleito no palanque do governador, que pode ser o próximo presidente do partido estadual. E tão rápido o criador se filiou na mesma sigla, numa arrumação articulada que, logo apareceu em fotos já estampadas em jornais.
Elber também tinha esta pretensão, mas não podia, a janela estava fechada até abril, fizeram tudo na calada da noite, nos bastidores e, parece que já vieram com uma conversa ensaiada com a ex-prefeita, que seria pré-candidata a vice numa possível chapa futura. Todos contra um? Hummmmm!
Agora eu quero saber, Samuca, os quatro que se elegeram no seu palanque participaram destas conversas, acordos e articulações, foi uma construção?
Bem, dizem que Elber rompeu com o seu líder, seu padrinho e seu mentor, “agora não volta atrás nem que a vaca tussa”, já se colocou como pré-candidato e vai até o fim. Se vai morrer na praia, ele já se importa, o nome surge e em todos os cantos ele passa devagar. Vai fazendo o seu dever de casa.
E nesta construção, Zé, que foi saber se o seu padrinho político viria mesmo, e ouviu um não, já se coloca como um possível pré-candidato a vice na mesma chapa do afilhado do criador. Estão juntinhos e com Danielzinho…
Eu não vou subestimar, temos de ter novas lideranças, afinal, foi numa nova composição que surgiu Paulo, hoje liderando as intenções, segundo se escuta por aí.
Criador e criatura, que racha! Criaturas!!! Se tiver mesmo a terceira via, quem sabe, nem dona Martha, nem um pai de santo, um padre ou um pastor pode dar a vitória para nenhum, nem outro. Morrem criador e criatura. Pela construção, o nome do vereador já desponta em terceiro lugar para quem está caminhando todo dia e indo de casa em casa, já é uma boa posição.
Política é um terreno minado, tem bomba onde nem se pode imaginar. Tem quem é grato e quem deteste, tem gente magoada e gente feliz. Tem os insatisfeitos e abandonados, tem os perseguidos, os apaixonados e os abençoados. E também os parasitas, as sanguessugas desgraçadas. Falarei de um a um, é uma análise de quem não entende nada deste universo, porém, alguém sempre vai lhe perguntar: O que falam por aí? Eu digo logo: “hoje, cola, descola e decola”. A política é uma construção, se tem intenção, sai pra cima, eu quero o próximo título. Não se trata de matéria, nem notícia, é só um deslavado artigo de opinião. Pode ler ou não!