Paciente espera há 11 meses por cirurgia de quadril com mandado judicial na Santa Casa

A Santa Casa foi procurada pelo Jornal para responder a denúncia da esposa de Sérgio. Enviou mensagem a Eva marcando uma consulta para o dia 22 e não nos respondeu, ainda.

A história do representante comercial Sérgio Cordeiro da Silva, de 63 anos, residente a Rua Darly Carvalho, lote 513, Apart.102, bairro Itaputanga, Piúma, é um caso que parece digno de ser mostrado no Fantástico. Envolve questões de possível negligência médica, falta de humanidade e, segundo sua esposa, ausência de respeito e compaixão.

Nossa reportagem conversou com a esposa de Sérgio, Eva Pinto Brandão, que compartilhou a dura trajetória do marido em busca de uma cirurgia para substituição de prótese de quadril. Em 5 de julho de 2022, Sérgio sofreu uma queda após uma crise de hidrocefalia, que resultou na fratura do fêmur. Desde então, ele vive uma rotina de dor intensa, viagens constantes para a Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, intermináveis esperas em ambulâncias e consultas que pouco avançam o seu tratamento.

Segundo Eva, o sofrimento começou com um suposto erro médico ocorrido no Hospital Bezerra de Faria, onde Sérgio entrou com a perna esticada e saiu com ela em formato de “quatro”. O caso foi transferido para a ortopedia da Santa Casa, onde o especialista em quadril, Dr. Juliano Paradela, diagnosticou que a prótese foi colocada de maneira incorreta, provocando uma calcificação precoce.

O problema se agravou no ano seguinte, quando Dr. Juliano, o único que acompanhava o caso, foi demitido da Santa Casa. Desde então, Sérgio, de acordo com a esposa, sofreu maus-tratos e humilhações dos novos médicos. Por estar tanto tempo imobilizado na mesma posição, ele desenvolveu lesões nos tendões e ossos, tornando a cirurgia necessária ainda mais complexa.

Sem saber mais a quem recorrer, Eva acionou o Ministério Público, que obteve uma medida judicial para a realização da cirurgia em janeiro de 2023. Mesmo assim, 11 meses se passaram e nada foi feito. “Desde janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde se recusa a realizar a cirurgia, e os médicos da Santa Casa também não querem operar”, desabafa Eva. Ela conta que, além do mandado judicial, Dr. Juliano também prescreveu fisioterapia, que foi negada pelo Crefes; atualmente, Sérgio é atendido apenas pelo fisioterapeuta da prefeitura de Piúma.

Eva narra que o marido tem desenvolvido calcificação óssea na coluna devido ao longo tempo na mesma posição e, por conta disso, sofre de dores constantes. Em suas visitas à Santa Casa após a saída de Dr. Juliano, Sérgio passou por situações constrangedoras, onde os médicos o trataram com desdém, chamando-o de “velho” e afirmando que não era necessário corrigir sua perna. “Ele passou semanas em depressão depois dessas consultas, sendo tratado com falta de respeito”, lamenta Eva.

O cenário atual é ainda mais delicado: a cirurgia necessária envolve a retirada da prótese antiga, a correção de tendões afetados e a remoção das calcificações ósseas. Eva pergunta repetidamente sobre a previsão da cirurgia, mas só obtém respostas evasivas. A situação financeira também é precária; a família sobrevive com um benefício do Loas e um auxílio de R$ 300, enquanto Eva segue fazendo o possível para apoiar o marido nesse doloroso processo.

Apurando

A Secretaria de Saúde do Estado do Espírito Santo foi procurada para explicar porque o nome do paciente foi retirado do sistema. E qual a explicação para esta situação. A Sesa informou que está apurando a denúncia.

A Santa também disse que está apurando a denúncia. Ela entrou em contato com a esposa de Sérgio dizendo que viu o paciente foi liberado para cirurgia e pediu para agendar um retorno com equipe de quadril para ver sobre a cirurgia. O retorno foi marcado para o dia 22/11 às 7h00 no ambulatório de ortopedia.

Convém lembrar que o médico que o atenderá é o mesmo que o humilhou, segundo Eva, esposa de Sérgio. O jornal vai continuar acompanhando o caso de perto.

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