Pai denuncia filho de 14 anos por posse de material nazista em Vila Velha

Na tarde desta quinta-feira (26), a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) realizou uma coletiva de imprensa na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória, para esclarecer a investigação de um adolescente de apenas 14 anos, denunciado pelo pai por posse de material relacionado ao nazismo e ao neonazismo. A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) e revelou detalhes sobre o envolvimento do jovem em grupos que promovem ideais extremistas.

Durante as buscas na residência do adolescente, as autoridades apreenderam um celular contendo um vasto acervo de conteúdos nazistas, incluindo uma bandeira suástica e outros materiais associados ao movimento. A investigação teve início em fevereiro de 2024, quando o pai do menor registrou um boletim de ocorrência, relatando que encontrou o filho participando de grupos no WhatsApp que glorificavam figuras históricas do nazismo e promoviam discursos de ódio.

O delegado Brenno Andrade, titular da DRCC, enfatizou a gravidade do caso, destacando a necessidade de intervenções precoces para evitar que ideologias extremistas se enraízem em jovens. “A situação é preocupante, e o trabalho realizado aqui visa evitar que esse tipo de pensamento se propague e cause danos maiores à sociedade”, afirmou.

Detalhes da Investigação

Após a denúncia do pai, o adolescente foi intimado a comparecer à delegacia, onde confessou seu envolvimento com o material. De acordo com sua versão, o interesse inicial por questões históricas relacionadas à Segunda Guerra Mundial evoluiu para uma admiração pelo nazismo, desencadeada por uma experiência de discriminação racial vivida na escola.

As autoridades alertaram que, mesmo com a venda do celular anterior pela mãe como forma de punição, o adolescente adquiriu um novo aparelho e continuou a acessar conteúdos prejudiciais. A mãe do jovem confirmou que o tratamento psicológico iniciado para ajudá-lo foi interrompido por dificuldades financeiras.

As autoridades não apenas investigaram o caso, mas também enfatizaram a importância do acompanhamento familiar na vida dos adolescentes. O delegado-geral adjunto da PCES, José Lopes, e o superintendente de Polícia Especializada, Agis Macedo, destacaram que a orientação e vigilância dos pais são fundamentais para prevenir situações similares.

Após as apurações, o caso foi encaminhado à Vara da Infância e Juventude, onde medidas para tratamento e orientação do adolescente estão sendo consideradas. A PCES reafirma seu compromisso em coibir a propagação de ideologias extremistas e ressalta a importância da colaboração da sociedade na prevenção desse tipo de crime.

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