Prefeito, Delegado, Pré-candidata e Deputado em conflito aceso

O prefeito de Piúma, Paulo Celso Cola, entendeu os comentários de Josiane como uma falsa notificação de crime supostamente praticado por ele. No dia 3 de julho, ele foi à delegacia da Polícia Civil e registrou um Boletim de Ocorrência contra Josiane, imputando a ela os crimes de difamação e calúnia.

Um embate político em Piúma ganhou força envolvendo o prefeito Paulo Cola (CIDADANIA), a pré-candidata a vereadora Josiane (PL), o delegado de polícia David Gomes, e o deputado estadual Wellington Callegari (PL). As tensões se intensificaram após acusações de superfaturamento e calúnia, levando a uma série de ações e reações que culminaram em uma disputa aberta entre as partes envolvidas.

Tudo começou quando Josiane, declarada oposição ao prefeito Paulo Cola, fez uma série de postagens nas redes sociais acusando a prefeitura de superfaturamento no aluguel de banheiros químicos para a Festa de São Pedro. Em uma das mensagens, postada no grupo de WhatsApp “Boca do Trombone”, Josiane afirmou que houve irregularidades na contratação dos serviços para o evento.

Sentindo-se ofendido e acusando Josiane de calúnia e difamação, o prefeito Paulo Cola registrou um Boletim de Ocorrência contra ela, alegando que as postagens eram falsas e prejudiciais à sua imagem. O delegado de polícia de Piúma, David Gomes, intimou Josiane para prestar esclarecimentos sobre as acusações.

Em resposta, Josiane recorreu ao seu padrinho político, um deputado estadual do PL, que prontamente saiu em sua defesa. O deputado enviou um ofício ao delegado Gomes, questionando a intimação e insinuando abuso de autoridade e perseguição política. Insatisfeito com a resposta do delegado, o deputado levou o caso à tribuna da Assembleia Legislativa, onde criticou duramente o delegado e prometeu denunciar o suposto abuso às autoridades competentes.

Durante seu discurso na Assembleia, o deputado destacou o papel de Josiane como uma mulher corajosa e crítica da administração municipal, insinuando que as ações do delegado seriam uma tentativa de silenciar a oposição. Ele afirmou que tomaria providências para garantir que os direitos de Josiane fossem respeitados, incluindo encaminhar denúncias à Secretaria Estadual de Segurança, à Procuradoria-Geral de Justiça e à Corregedoria da Polícia Civil do Espírito Santo.

O delegado David Gomes, por sua vez, respondeu às críticas de forma firme. Em comunicado público, ele esclareceu que suas ações estavam estritamente dentro da legalidade e que seu dever como delegado era investigar quaisquer acusações de crimes, independentemente da natureza ou do envolvido. Gomes enfatizou que não aceitava intimidações no exercício de suas funções e que continuaria a cumprir seu papel de aplicar a lei de maneira imparcial.

Em entrevista ao jornalista Henrique Salvato, o prefeito Paulo Cola se pronunciou sobre o caso, afirmando que sempre esteve disposto a ouvir críticas dentro dos limites da democracia, mas que as acusações de Josiane ultrapassaram o aceitável, configurando calúnia e difamação. Cola declarou que resolveu levar o caso aos tribunais para defender sua honra e a imagem construída junto ao povo de Piúma, destacando que não iria se deixar abalar por comentários levianos na internet.

Josiane, procurada pela reportagem, preferiu não se expor, mantendo-se em silêncio sobre as acusações e as repercussões do caso. O deputado estadual, no entanto, continuou a defender sua posição na Assembleia, insistindo na necessidade de uma investigação sobre as ações do delegado em Piúma.

A situação também serve como um lembrete claro de que a internet não é uma terra sem lei. Postagens e declarações online podem ter consequências legais sérias, e é fundamental que todos os cidadãos, especialmente figuras públicas, usem as plataformas digitais com responsabilidade. A liberdade de expressão é um direito inalienável, mas deve ser exercida dentro dos limites da verdade e do respeito, para que a democracia e o debate saudável prevaleçam.

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