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Quarenta trabalhadores da cultura participam de Formação em Produção Cultural no Mucane

Um total de 40 alunos estão participando da Formação em Produção Cultural, realizada pela Ciclo Escola por meio do Projeto Produtora Escola, no Museu Capixaba do Negro (Mucane), no Centro de Vitória. A diversidade é uma das marcas do curso, voltado para mulheres negras e indígenas cis, trans e travestis, pessoas não-binárias e homens trans da cultura popular, que até 27 de agosto terão aulas todas as terças e quintas sobre diversos temas que abrangem a produção cultural. A iniciativa foi contemplada pelo Projeto Lei Rubem Braga, lei de incentivo à cultura da Prefeitura de Vitória. 

A diversidade está também nas áreas de atuação dos 40 participantes, que se dedicam a projetos, grupos, manifestações, linguagens artísticas, coletivos, associações, comissões, instituições e outras iniciativas da cultura popular (saberes, tecnologias sociais, tradições, identidades, patrimônios, memória, linguagens, ciência, intelectualidade, artes e demais manifestações da cultura que são produzidas, preservadas, mantidas e passadas de gerações em gerações).

Entre os temas abordados na Formação estão políticas públicas, financiamento à cultura, produção cultural, questões contábeis, elaboração de projetos, produção cultural em projetos para povos originários e tradicionais, quilombolas, arte de rua, hip hop, samba, noções de cenografia, iluminação e sonorização e organização de eventos culturais.  Os educadores formam uma equipe também diversificada, com quilombolas, indígenas e artistas das mais diversas áreas: Léia, André Stefson, Vivian Cunha, Luiza Mollulo, Karen Pataxó, Karlili, Dandara, Amora Gasparini, Miriane Barreto e Rômulo Correa.

Essa diversidade no quadro dos educadores tem contribuído com o aprendizado, afirma Maytê Hensso de Oliveira, mulher trans indígena que participa da Formação. “Já recebemos aqui artistas do circo, povos originários, quilombolas. Isso é importante para vermos a produção cultural feita por diversos povos e corpos”, diz Maytê, que atua na área de artes cênicas. Ela destaca o aprendizado sobre captação de recursos e o entendimento da produção cultural pelo viés da profissionalização como algumas das contribuições dados pelo projeto.

A produtora de eventos Maria Fernanda Perez Garay, indígena da etnia Mapuche, no Chile, compartilha do mesmo entusiasmo pela Formação. “Está sendo incrível, enriquecedor. O conteúdo é completo. Fala de captação de recursos, de leis de incentivo, é uma oportunidade de ter informações que não são fáceis de encontrar aqui no Espírito Santo”, diz.

Participação de mães

A Formação em Produção Cultural conta com o Quintal Erê, um espaço brincante para as crianças das alunas e a equipe de produção. A iniciativa possibilita a participação das mulheres nas atividades, tanto das profissionais que atuam no projeto quanto das alunas. Uma delas é Ana Thais Pontes da Silva. Mãe do pequeno Leone, de 3 anos, e de Jasmine, de 5, ela afirma que o que a encorajou a se inscrever na Formação foi a possibilidade de ter um espaço no qual pode deixar as crianças em segurança.

“É maravilhoso! Me sinto prestigiada com a oportunidade de estudar e ficar tranquila sabendo que meus filhos estão bem, estão sendo cuidados. Se não existisse o Espaço Erê eu não conseguiria participar. Sou do Ceará, não tenho família aqui, portanto, não tenho como contar com uma rede de apoio”, diz.

Livro sobre produção cultural

Cada um dos participantes ganhou o livro Produção Cultural – Guia de Bolso, de autoria da coordenadora do projeto, Karlili. A obra está à venda por R$ 25,00 no site da Editora Maré e no perfil do projeto no Instagram. O livro traz debates como o que é cultura, o trabalho nessa área, estrutura institucional, Sistema Nacional de Cultura, leis, passo a passo para construir e produzir projetos culturais.

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