QUE SEJAMOS FELIZES EM 2016

Por Pe Cesar Augusto dos Santos – SJ – Reitor do Santuário Nacional de Anchieta

Olhemos o ano que se inicia como mais uma oportunidade de nos comportarmos como a Vida gostaria que fôssemos: gente! O Natal nos anunciou, somos filhos do Pai e irmãos de todos os homens, bons e maus, porque todos são filhos queridos do único Pai, daquele que nos criou, que nos imaginou antes que existíssemos – Deus!

Nossa dignidade nos exige atitudes desprendidas onde nos descentralizamos em favor dos irmãos, afinal “noblesseoblige”! O nobre, o príncipe, exerce sua dignidade não quando é servido, mas ao contrário, quando serve o povo do qual ele é dignitário, quando se torna útil para o outro, como Jesus Cristo que lavou os pés de seus discípulos e nos serviu de modo excelente, dando sua vida por nós na cruz! Ela foi seu trono, e sua palavra real foi nos perdoar, refazer nossa aliança com o Pai.

Iniciemos 2016 com novos olhares e novos desafios – sermos filhos e irmãos! A fraternidade, mais que a solidariedade, seja nossa bandeira, nossa palavra de ordem!

Em sua mensagem para o dia 1º de janeiro de 2016, o Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco a inicia dizendo que o primeiro inimigo da paz é a indiferença dos homens pelos próprios semelhantes, gerada pela rejeição a Deus. Francisco sugere a conversão do coração que permita, através da graça de Deus, voltar-se à capacidade de se abrir ao outro com autentica solidariedade.

O Papa dá um passo adiante quando agrega ao trabalho pela paz, o esforço e a luta pela Criação, isto é, pela Ecologia. Da ruptura dessa relação de filho e de irmão nascem os males da sociedade que são frequentemente denunciados pelo Papa Francisco como a corrupção, a destruição do ambiente, a falta de compaixão pelos outros.

Especialmente neste Ano da Misericórdia, etimologicamente significa entranha, coração, ternura com o desfavorecido, façamos de nosso coração, coração da Vida, de tudo quanto existe!

Deus não quer sacrifícios, mas que façamos a vontade dele, lemos na Carta aos Hebreus; Ele nos quer filhos e irmãos, homens livres para servir, para colaborar na redenção do mundo. Por outro lado a missão não é pedida, tomada, mas recebida. Estejamos abertos para o que o Senhor nos mandar em 2016, assinando, desde agora, a folha em branco, somente tendo a certeza de que Ele quer o melhor para nós!

Nossa vida, por mais bem vivida que seja, não é nossa. Não temos a capacidade de cria-la, estica-la e nem de concluí-la de modo natural, mas sempre que tentamos o que vemos é a interrupção de algo que estava em curso. Tenhamos a coragem de nos descentralizarmos de nós mesmos e deixarmos o Senhor da Vida se servir de nossa existência como julgar melhor. Comecemos 2016 com esta disposição e seremos felizes!