Silvio Santos, ícone da TV brasileira, morre aos 93 anos
O Brasil se despede de uma de suas maiores figuras da televisão. Silvio Santos, o carismático apresentador e empresário, faleceu na madrugada deste sábado (17), aos 93 anos, em São Paulo. O falecimento ocorreu devido a complicações de uma broncopneumonia decorrente de uma infecção por influenza A (H1N1). Internado desde o início do mês, Silvio estava hospitalizado no Hospital Albert Einstein, onde lutava contra a doença.
Conhecido por sua incontestável trajetória de sucesso, que começou como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, Silvio Santos, nascido Senor Abravanel, construiu um império no mundo do entretenimento. Além de ser a principal face do “Programa Silvio Santos”, que marcou gerações desde 1963, ele foi fundador do Grupo Silvio Santos, que inclui marcas icônicas como Jequiti, Tele Sena, Baú da Felicidade e o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Seu legado não tem paralelo, e ele será lembrado como um dos maiores nomes da história da TV brasileira.
De camelô a dono de um império
A jornada de Silvio Santos começou de maneira humilde. Filho de imigrantes judeus, ele nasceu em 12 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro. Desde cedo, mostrava seu talento para comunicação, utilizando sua voz para vender produtos nas ruas da cidade e trabalhando como locutor em pequenas rádios. Sua habilidade de se conectar com o público o levou a cargos de maior destaque, até se tornar uma das figuras mais influentes do Brasil.
Em 1958, Silvio assumiu o controle da empresa Baú da Felicidade, fundada por Manuel de Nóbrega. Esse foi o início de sua carreira empresarial, que o levaria a criar o Grupo Silvio Santos e a consolidar seu nome no cenário nacional. A partir da década de 1960, seu carisma inconfundível passou a dominar os domingos dos brasileiros, tornando-o uma presença indispensável nas casas do país.
Uma carreira de sucesso na televisão
Em 1965, após o sucesso na Rádio Nacional, Silvio Santos estreou seu programa homônimo na TV Globo, alcançando uma popularidade nacional sem precedentes. Poucos anos depois, ele fundou sua própria emissora de televisão, a TVS, que posteriormente se tornaria o SBT. Seu programa dominical, repleto de quadros como “Domingo no Parque” e “Porta da Esperança”, tornou-se um verdadeiro fenômeno, com Silvio comandando a atração por mais de dez horas seguidas em algumas edições.
Ao longo de sua carreira, Silvio Santos construiu uma imagem marcada pela interação com o público, bordões como “Quem quer dinheiro?” e sua presença constante nos carnavais, onde chegou a ser homenageado pela escola de samba Tradição. Sua capacidade de entreter e emocionar o público foi um dos pilares de sua longevidade na TV.
Despedida em cerimônia íntima
O apresentador, que era casado com Íris Abravanel desde 1978, deixa seis filhas, 14 netos e quatro bisnetos. Em respeito ao desejo de Silvio, não haverá velório público. A despedida será realizada em uma cerimônia judaica reservada a familiares e amigos próximos.
Em nota oficial, a família afirmou que Silvio Santos gostaria de ser lembrado pela alegria que sempre transmitiu em vida, refletindo o espírito leve e otimista que o acompanhou ao longo de suas nove décadas. Em tributo, a emissora Globo também expressou seus sentimentos, reconhecendo a importância do apresentador para a história da comunicação brasileira.
A televisão nacional amanhece sem seu maior ícone, mas o legado de Silvio Santos permanecerá eterno na memória de seus admiradores.