“Sou feliz por ser professor” – Jairo de Paula brinca e fala sério sobre ser feliz na sala de aula

 Jairo estabelece paralelo entre vida pessoal e profissional. É necessário estar feliz em casa e no casamento para estar feliz na profissão, senão, o reflexo será nos alunos

 Um verdadeiro show de bate papo com os professores de Presidente Kennedy, o psicanalista e professor, Jairo de Paula – SP, fechou os debates da jornada Pedagógica em Kennedy abordando o tema: “Sou feliz por ser professor”.

O professor abriu a palestra brincando com a plateia que entrou na dele, literalmente: “Quem está casada (o) há mais de cinco anos e está feliz? Que está solteiro (a), sozinho (a), abandonada? Nesse clima de brincadeira e intimidade com a plateia de mais de 600 educadores, Jairo afirmou que é preciso está muito bem na vida pessoal para poder atuar com excelência na vida profissional.

O bate papo foi dividido em três blocos – “Eu trago algumas ferramentas em três blocos para que estruture a vida pessoal e profissional do professor no dia a dia. Com relação à questão profissional, eu trago algumas ferramentas visando à integração família & escola: o mundo mudou, a escola mudou, a igreja mudou, a família, mudamos, nós temos um desafio, somos professores do século XX, formados por conteúdos programados, referenciados, muito bem referenciados com pensadores do século XVII, XVIII e XIX, mas nós vamos trabalhar com alunos do século XXI”, pontuou.

O psicanalista afirmou que viaja o mundo e pode assegurar que é preciso trabalhar a inovação. “Eu rodo esse mundo e posso afirmar para você: _ nós, professores brasileiros, somos os melhores do mundo, porque ministrar aulas com tantas adversidades como nós temos hoje, somente com esse potencial. Professor brasileiro é muito bom, falar mal de professor no Brasil é uma idiotice na verdade. Eu falo bem do professor”, afirmou.

Potencialidade

Potencialidade

“Para que o professor coloque toda essa potencialidade profissional dentro da sua sala de aula, ele precisa está bem também na sua vida pessoal e hoje a família está passando por várias fases. Temos percebido, não é só a família, nossos alunos têm tido problemas e os professores também. Dentro das minhas atividades, dentre elas, sou um psicanalista há muitos anos e tenho visto professores com alto índice de separação e dificuldades de relacionamento. Alguns culpam até a profissão, mas é exatamente o contrário. Precisamos está muito bem na vida pessoal para poder atuar com excelência na vida profissional”.

Aos gestores

Aos gestores

Oportunamente, Jairo deixou uma fala aos gestores que ainda não estão respeitando o educador. Existem professores doentes na sala de aula, precisando de ajuda, escolas decadentes em estrutura física, falta de material didático e falta de valorização no âmbito geral. E ainda professores infelizes por estarem doentes e se sentem abandonados por parte das gestões, ou ainda a perseguição. Jairo foi enfático: “O gestor só é um bom líder se ele tem equilíbrio em quatro potências: física, mental, emocional e espiritual. Potência mental – vira um intelectual fraco. Esse consegue títulos, formação, cargos, mas é fraco. É preciso cuidar da potência física. Muitas vezes tenho visto gestores com problemas físicos de várias modalidades e isso afeta a liderança dele. A terceira potência, é a que a gente menos investe, a emocional – há uma dificuldade imensa nas pessoas em aceitar as diferenças do outro, de reconhecer o talento do outro, e de entender que, quando você identifica outro líder e outro talento da sua organização essa pessoa tem que ser motivada, estimulada, tem de ser reconhecida. Necessariamente reconhecimento não se faz só com líder, e essa é uma dificuldade que os gestores têm pelo fato de achar que aquela pessoa pode roubar o seu cargo. A quarta potência é a espiritual, não falo religiosa, eu falo baseada em neurociências que nos ensina a praticar o perdão. Temos visto muitos gestores rancorosos, entretanto, eu preciso ressaltar uma coisa, isso não é a maioria, não é genérico. Como todo o seguimento, há um percentual que não tem competência para estar ali. Há o percentual que a pessoa não tem persistência, liderança, conhecimento, não tem habilidade, não tem nada para está ali. Quem colocou? Esse líder pode contaminar profissionais. Hoje, a maior causa da debanda dos talentos é por causa dos gestores. Hoje, segundo pesquisas, 63 % dos talentos vão embora por causa dos seus gestores”.

Jairo finalizou a entrevista fazendo uma avaliação para o município de Presidente Kennedy que proporcionou aos professores essa jornada de novos conhecimentos. “Olha, só posso dar 10! Hoje, nós que  estamos nessa atividade profissional temos visto como tem sido a prioridade dos municípios em relação a esses eventos, quase zero, embora tendo recursos. Inúmeros eventos foram cancelados este ano em nome da crise, sendo que temos verbas específicas para isso. Então não procede deixar para o segundo tempo uma formação de um professor no início do ano. Só posso dar 10 para Presidente Kennedy. Só posso dar 10 para estes professores interessados e focados. Parabenizo aos profissionais que foram escolhidos, pois todos estão na educação há muitos anos e são acadêmicos que inovaram. E parabéns à secretária de Educação e a prefeita Amanda Quinta, que respeita, valoriza e acredita na educação.