Suelen Severino surge como voz quilombola e feminina na política de Itapemirim
Nascida e criada na comunidade quilombola de Graúna, Suelen Severino da Silva, de 33 anos, surge como pré-candidata a vereadora pelo município de Itapemirim. Em uma entrevista, Suelen compartilhou detalhes de sua vida, suas motivações e seus objetivos políticos, destacando a importância da representatividade feminina e quilombola nos espaços de poder.
“Meu Nome é Suelen Severino da Silva, tenho 33 anos, sou divorciada e filha do lavrador Leonilton Costa e da Adriana Silva, doméstica. Sou neta do saudoso Paizinho Jongueiro e da Dona Enita. Tenho três irmãos e uma mãe do coração, a Dona Scheila. Na infância, trabalhava na casa de família para ajudar meus pais, de origem pobre e humilde. Possuo ensino médio técnico em Administração e cursos profissionalizantes, e com muito orgulho, sou uma mulher negra e quilombola, descendente de escravos, militante jovem do povo negro, das mulheres e defensora das causas sociais. Sou fundadora do projeto Mulheres Quilombolas Belas.”
Suelen fala sobre sua jornada de vida e a conexão com suas raízes quilombolas como fatores cruciais em sua formação e motivação para entrar na política. “Sou pré-candidata a vereadora de Itapemirim para continuar a luta pelos menos favorecidos, vulneráveis e humildes. Precisamos de mais mulheres na política e nos espaços de poder porque temos pouca representatividade nesses espaços.”
Atualmente, Suelen trabalha na Associação dos Quilombolas e, em 2023, participou do congresso das mulheres negras quilombolas em Brasília, representando sua comunidade. “Então, o que me faz vir na política, sendo uma mulher negra, quilombola, foi a necessidade de se ter representantes nossos lá no poder. Não temos representatividade feminina nesses espaços. O ano passado, estive em Brasília pela primeira vez e participei desse congresso, representando as mulheres negras da minha comunidade. Lá, a própria Janja, a nossa primeira-dama, disse que para o governo Lula era uma grande preocupação a questão das mulheres não estarem inseridas na política. E tinha poucas representantes femininas. Isso me fez criar ainda mais desejo de vir para a política representando muitas mulheres.”
Suelen destaca a importância da representatividade para a criação de políticas que favoreçam as mulheres, especialmente as mães solo. “Se não tivéssemos uma bancada feminina com 90 representantes de direita e de esquerda, de mulheres que se uniram para criar o auxílio para as mães solo, os homens não iriam pensar nisso. É importante vir na política representando todas as mulheres e fazer algo em prol das pessoas menos favorecidas.”
Com uma trajetória ber marcante, Suelen se apresenta como uma promessa de renovação para a política de Itapemirim.