Todos nascem bissexuais, afirma a psicanálise
Em toda a história da humanidade, a prática homossexual sempre foi comum, tanto que não é segredo para ninguém que grandes nomes da história, como Alexandre o Grande, Platão, Michelangelo e Leonardo da Vinci, eram homossexuais, de acordo com o psicanalista Dr. Zilmar Freitas, a diferença é que a sociedade está vivendo um momento da história que as pessoas estão muito voltadas para isso.
Segundo Young todos nascem com uma força masculina e uma força feminina, e Freud, o pai da psicanálise explica que, o que vai determinar a orientação sexual de cada indivíduo são as relações familiares vividas desde a gestação. Desta forma, existem níveis de homossexualidades, aqueles que sentem o desejo, mas não se assumem, outros já vivenciam esses desejos. E muitos aspectos influenciam nessa formação sexual.
A psicanálise defende ainda que até a puberdade não se pode definir se uma pessoa é ou não homossexual, pois até essa fase a criança se comporta baseada na imitação dos adultos com os quais ela convive, que podem ser os pais, professores ou ídolos.
Quando se fala de imitação, referi-se aos padrões masculinos e femininos da sociedade. Há mais de 100 anos Freud já havia discutido essa questão da seguinte forma: quando o indivíduo nasce são recebidos por duas figuras objetais, o pai e a mãe. “O pai é aquele que vai trabalhar as questões de aprovação e autoridade e a mãe trabalha as questões emocionais. Freud colocou isso de acordo com o tipo familiar da época”, explica Dr. Zilmar.
Mais tarde Lacan, discípulo de Freud, diz, por exemplo, que essas figuras são figurativas, não necessariamente precisam ser o pai e a mãe natural, pois percebeu que as crianças deslocavam essa função, quando, por vezes, a professora ocupava um lugar muito mais importante para a criança do que a mãe. Portanto, a questão está em quem está exercendo essa função, independente de ser homem ou mulher, pois a função da mãe é acolher, proteger, mas essa “mãe” pode ser um homem. O pai é a figura que dá a lei, a autoridade, mas não necessariamente precisa ser um homem.
O que pode ser um problema é a falta desses papéis definidos dentro de casa, o que para um adolescente é muito sério, pois, nessa fase suas escolhas inconscientes são baseadas na rebeldia. Um caso muito comum é o pai ou a mãe que é homossexual, mas se reprime, e todo aquele trauma vai passando para o filho, inconscientemente.
Mas, o que a psicanálise não aceita é uma pessoa exercer as duas funções. Por exemplo, uma mãe solteira não pode querer ser pai e mãe, uma outra pessoa pode exercer essa função, como um tio ou um avô ou mesmo uma companheira. A criança não precisa de uma mulher e de um homem, ela de precisa de uma figura masculina e uma feminina, pelas características masculinas e femininas que elas trazem e não pelo pênis e pela vagina. O psicanalista relata ainda que, as crianças problemáticas que chegam a seu consultório são oriundas de famílias de pais heterossexuais e que nunca houve uma ocorrência de famílias de casais homossexuais.