Toninho Miranda, jornalista, dono de um humor ácido, polêmico e irreverente, infarta e morre em casa

Mais um jornalista que morre de infarto e deixa um grande legado na escrita, na literatura, na advocacia e na política.

Toninho sofreu um infarto e morreu em casa, em Marataízes

O advogado e jornalista Antônio Manoel Barros Miranda, 67 anos, faleceu nesta quinta, 14, em casa, em Marataízes, onde estava residindo, após sofrer um infarto.
O velório foi realizado nesta sexta-feira (15), a partir das 11h, na capela mortuária de Atílio Vivácqua. O sepultamento ocorreu no cemitério de Vila Nova, no mesmo município.
Toninho Miranda, como é mais conhecido, deixou o seu nome na história do jornalismo. Um cronista incomparável, dono de uma escrita perfeita, amava a ironia e as metáforas. Potência em humor ácido, polêmico e irreverente. Sempre enalteceu sua terra natal, Atílio Vivácqua, a qual se referia nos textos como “República do Rasga Pão”. Escreveu para diversos jornais e revistas cachoeirenses, como a “Folha do Espírito Santo” e o “Fato”.
Jornalista de expressão, participou da fundação da TV Gazeta Sul, em Cachoeiro de Itapemirim. Além de representar o jornal “A Tribuna”, na Região Sul capixaba. Com uma equipe formada por jornalistas brilhantes, como Valério Fabris, Bininho, Sérgio Garschagen e Winson Márcio Depes, participou da elaboração do jornal “O Momento”. E foi um dos primeiros colaboradores do Jornal de “ES de FATO”.
O editor do Jornal o “Fato” assegurou. “É uma notícia muito triste. Um amigo que se vai, inesperadamente. Uma perda grande. Ao longo de sua vida, Toninho contribuiu de muitas formas em sua atuação no serviço público, no debate político, no jornalismo e na advocacia. Era um homem de muitas habilidades, inteligência e cultura. Importante parceiro e grande colaborador do jornal. Lamento muito e deixo minhas condolências à família e demais amigos”, frisou, com pesar, Wagner Santos.

Política


No campo político, Antônio Miranda integrou o primeiro escalão, em Cachoeiro de Itapemirim, em governos dos prefeitos Roberto Valadão e Theodorico de Assis Ferraço. Em Presidente Kennedy, durante a gestão de Amanda Quinta, e ainda em Atílio Vivácqua.
Também trabalhou junto a Ricardo Ferraço, quando o atual vice-governador, como deputado estadual, foi presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Pai do vice-governador, o deputado estadual Theodorico de Assis Ferraço também expressou sua tristeza.
O deputado Theodorico de Assis Ferraço disse ao jornal que Toninho foi chefe de gabinete quando ele foi prefeito em Cachoeiro. “Ele era meu chefe de gabinete, trabalhou muito comigo na Prefeitura de Cachoeiro e era um auxiliar muito ligado à administração, e que me ajudou muito. Ele tinha uma inteligência acima da média. Eu costumava dizer que ele e Clovis de Barros eram os dois pulmões da Prefeitura. Me ajudava muito na redação, nas providências, deixou uma saudade muito grande. Foi uma perda irreparável. Ele era um jornalista extraordinário, um homem muito culto e inteligente. Foi, sem dúvida, uma perda muito grande para a cultura cachoeirense e no setor jornalístico. Deixa um legado fantástico”, ressaltou Ferraço.
Toninho deixa a esposa, Angélica, as filhas Beatriz e a professora de dança cigana, Caroline, além de dois netos.

Orelha do livro “Rabo de Olho”


A jornalista Luciana Maximo, editora do “Espírito Santo Notícias”, conheceu Toninho na redação da Folha do ES. E desde então se apaixonou pelo jornalista que foi convidado para escrever a contracapa do Livro “Rabo de Olho”, de sua autoria. “Toninho sempre foi um jornalista contemporâneo. As crônicas que ele escreveu eram incríveis. Quando ele escreveu a orelha do meu livro, eu fiquei mais encantada ainda com ele. A Angélica, Anete e as meninas, recebam o meu carinhoso abraço. Hoje a sexta está cinzenta e triste”.
A jornalista Regina Monteiro, considerada a madrinha dos jornalistas cachoeirenses, comentou que está difícil suportar tantas perdas, de tantos amigos. “Lu, eu tô de um jeito, que tá muito bizarro, toda semana morre um amigo ou um conhecido. O início desta semana já foi o Beto, do cineclube. Aquela família que morreu no Rio, os quatro e a Adélia eram todos amigos meus. Toninho foi meu chefe, quando eu cheguei na Prefeitura de Cachoeiro. Deixa saudades”, frisou a jornalista.

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