Um canalha é sempre igual a outros canalhas
Atualmente tem circulado um termo muito em voga pra designar cidadãos que são lambe-botas de políticos: gado. O PT e Lula têm seus gados; Ciro Gomes têm seus gados; Bolsonaro têm seus gados; o partido NOVO têm seus gados. Gado é gado e ponto final.
Em Minas Gerais houve uma reviravolta na política em 2018 quando um ‘outsider’ – Zema – triunfou sobre seus oponentes intitulados sob a alcunha de “velhos políticos”. Cansados de serem expropriados, os mineiros deram uma chance a um candidato que se apresentava como “novo”; que “fugia” à velha regra dos políticos tradicionais. E por ser um candidato que vinha da iniciativa privada, teve-se a convicção quase unânime entre os eleitores que deram uma chance ao candidato Zema de que tal se comportaria com isonomia, prezando pela administração correta e igualitária no que diz respeito à administração pública, etc. Mas não foi bem isso que vem acontecendo.
Zema se rendeu ao lobby e continuou parcelando os salários dos servidores públicos de forma desigual que vinham sendo escalonados desde 2016 pelo antigo governador, Pimentel, porém, continuou fazendo distinção de classes privilegiando a Segurança e Saúde em detrimento dos funcionários da Educação e outros setores: funcionários da Segurança e Saúde recebem em duas parcelas enquanto os demais servidores recebem em três.
Certo, o Estado está em crise, mas o correto seria tratar todas as categorias de forma igual, mas não foi o que aconteceu sob o governo do homem que se dizia combater os privilégios. Perguntado pela imprensa sobre uma data prevista para o pagamento do décimo terceiro salário dos servidores de Minas, Zema saiu com uma resposta a lá Bolsonaro: “Perguntem aos Bancos”. Acontece que os eleitores mineiros não votaram nos Bancos.
Como se não bastasse o tratamento diferenciado entre as categorias do funcionalismo público, uma notícia do jornal Estado de Minas do dia 24 de novembro de 2019 soa como um escárnio: “Em relação à compensação de perdas inflacionárias desde 2015, o governo apresentou o seguinte calendário para a recomposição salarial: 13% na folha de julho de 2020; 12% na folha de pagamento de setembro de 2021; e 12% na folha de pagamento de setembro de 2022. No encontro com o secretário de Planejamento, Otto Levy, o governo se comprometeu também a pagar integralmente o abono fardamento na folha de abril do próximo ano”. Ou seja, além de acabar com o escalonamento dos salários dos servidores da segurança pública o governador reajustará os salários dos mesmos em 37% em três anos. Isso mesmo: 37%. Não que os agentes da lei não mereçam, mas ironicamente, num post feito pela página do Facebook do partido NOVO no mesmo dia 24, falava-se sobre a valorização da Educação. Conversa fiada. Aqui em Minas, entre outros, os funcionários da Educação estão com perdas inflacionárias há anos, mais burocracia, péssimas condições de trabalho, e o senhor governador resolve fazer lobby com determinados setores.
A conclusão é: no Brasil um político sempre será um péssimo político, e não importa se o dito cujo veio da iniciativa privada ou do inferno. Um canalha sempre será igual a outros canalhas.
Por Paulo Faria.