UM HOMEM DO BEM! Deixa um exemplo a ser seguido
Todas as pessoas com quem a Reportagem conversou só tinham uma coisa a afirmar: Zé MAURO ERA UM HOMEM DO BEM!
José Mauro Sales deixa saudades, deixa uma lição de vida, deixa um exemplo. Zé Mauro deixa uma herança, não bens, deixa uma herança de um ser humano que amou o próximo, que amou a família, que amou a todos e sem distinção de cor, credo, preferência. Zé Mauro foi um homem que só fez o bem, que lutou contra a irregularidade, que andou a pé e que às vezes não tinha um centavo no bolso, doava o que tinha. Geralmente se diz isso de pessoas depois que morrem, mas no caso de Zé, o cara é do bem, a editora do jornal teve a honra de conviver com o secretário por um período. Na semana passada, nos corredores da Prefeitura ele disse mais ou menos assim: “Quem rouba o dinheiro público, rouba os sonhos das crianças, mata uma população”…
“O nosso querido Zé Mauro era daqueles que faziam lembrar que é possível conduzir a vida pública com probidade, moralidade e compromisso. Homem honesto, sério, que conseguiu trilhar por cargos públicos sem nenhuma ranhura na imagem. Seu talento em agradar gregos e troianos, PT e PSDB, resume um pouco de sua simpatia sem rejeição. Vá com Deus amigo”, descreve o advogado Munir Abud.
O sobrinho de Zé Mauro, o médico Sandro Sales Viana falou um pouco do tio, que para ele era a sua maior referência. “Meu tio era um idealista, ele não podia ver o sofrimento de alguém que se indignava, não podia ver uma coisa pública feita de forma errada que ele se indignava. Ele tinha um coração maior do que ele. Desde cedo trabalhou muito, trabalhou em usina, foi chefe de uma turma grande, comandava lá em Campos. Era amigo de todo mundo. Todo mundo gostava dele, quem trabalhava com ele, gostava dele, para mim ele foi muito importante na minha vida, me ajudou na época da faculdade, é uma perda pra gente da família, que não tem tamanho, mas perde o município, morre uma pessoa que queria o bem”.
Na política Zé Mauro tentou se lançar como candidato a prefeito, na época perdeu o pleito, mas nunca desistiu de servir. “Sempre foi político. Ele se inscreve para concorrer a um cargo público, onde concorreu com Alcino e depois nunca concorreu mais a cargo, mas sempre esteve envolvido com a administração procurando o melhor para a população, com muitas ideias simples, mas que funcionavam. Ele queria fixar o homem no campo, de gerar emprego, de criar habitação, coisas simples que ele acreditava que dava para implantar, sempre foi muito idealista. Foi secretário de Agricultura, depois Pesca, na época de Norma, foi secretário de Viviane e agora de Thiago. Era um homem simples, não ostentava nada. Não tinha carro, morava na minha casa. Ele não tinha nada, ele distribuía o dinheiro dele. Se alguém precisasse de alguma coisa ele pagava, ele não juntava dinheiro e nem pensava no futuro, ele não podia ver a dor de alguém que, se tivesse dinheiro ele resolvia”, contou o sobrinho.
Sandro disse que não sabia se o tio estava recebendo ameaças. “Tinha um mês que eu não via tio Zé Mauro, ele vivia na correria. O sentimento que fica é de um exemplo para a nova geração de se indignar quando ver a miséria de alguém, não aceitar que você vai comer e alguém está passando fome”.
Sandro Sales é sobrinho de Zé Mauro
Tirava do bolso para dar para os outros
A irmã de Zé Mauro Soninha estava sob efeitos de remédios na manhã de ontem, assim mesmo ela falou a reportagem. “O Zé tinha um coração maravilhoso. Ele não tinha nada, a gente que dava as coisas a ele. Ele dava para os outros. A gente ajudava a ele, o coração de ouro. Ajudou tanto o meu filho quando estudava em Campos, deu tudo para o meu filho. Eu falo assim, Jorge e Zé Mauro são as pessoas que eu mais amo. Ah, meu Deus, meu irmão, cinco tiros. A polícia está toda no caso, mas não adianta mais nada, meu coração não guarda raiva, não tem ódio de ninguém. A gente vivia pedindo a ele para vir para casa, – vem Zé Mauro, vem sua casa é aqui, não, ele gostava de Itaoca, tudo dele era lá. Ele foi passar as férias e nunca mais voltou. Zé Mauro tirava a roupa do corpo para vestir alguém, era o melhor homem que eu já conheci na minha vida”.
O que ele tinha era dos outros
“Era um homem muito humilde. O que ele tinha era dos outros. Eu acredito que ele não deixou nem um bem no nome dele. O bem dele era para dar as pessoas. Não tem carro, morava na casa do sobrinho dele. Não se preocupava em andar com segurança porque ele achava que nada ia acontecer nada com ele. Nem malícia ele tinha, era um homem muito bom, muito de paz. O que ele lutava era para colocar as coisas em dia, ele gostava de coisas certas, foi o que fez ele está naquele caixão. Morreu fazendo o bem, sempre fez o bem. O coração está partido”, disse a prima Júlia Benevides da Penha, 42 anos, técnica em Enfermagem.
Andávamos em paz
“Itapemirim, que andávamos de casa em casa, vivíamos como uma grande família… Tínhamos paz, amor uns pelos outros, não havia interesse, e nem maldades. Hoje não é mais a mesma coisa. Acabou a paz, o amor, e o respeito ao próximo. Esquecem que só Deus tem o direito de tirar uma vida. Estou sem chão ao receber essa notícia da morte do Zé Mauro, fomos criados juntos, e neste momento peço a Deus que conforte os corações sofridos. Estamos de luto! Que Deus o receba no céu, ao lado dos seus pais você será muito mais feliz”, descreveu a deputada federal Norma Ayub Alves.
Vá em paz
“Zé Mauro … Hoje levantei os olhos para os céus, desorientados e cegados pelas lágrimas, compreendi hoje, a dor que existe na perda, o verdadeiro peso de um definitivo adeus a você. Você partiu e para trás deixou um rasto de saudade e tristeza que jamais se apagará. Quanta maldade … ceifaram sua vida…
É impossível a compreensão da simples ideia de tamanha covardia …
Você partiu, mas para sempre por mim será recordado, para sempre viverá em nossos corações. Peço a Deus que te receba em sua casa paterna . A sua família que a console … Vá em paz , meu amigo !’, disse Viviane Peçanha pelas redes sociais.