VEGETATIVO: médico do ES vai ao RS ajudar, sofre infarto e está em estado grave na UTI
Anestesista Walter José Roberte Borges, de 50 anos, estava em cidade gaúcha há algumas semanas; exames indicam que ele está em estado vegetativo.
Um médico anestesista natural de Linhares, no Norte do Espírito Santo, sofreu um infarto em Pelotas, no Rio Grande do Sul, no início desta semana, enquanto estava na cidade para ajudar vítimas das enchentes. Segundo a família, exames indicam que Walter José Roberte Borges, de 50 anos, está em estado vegetativo.
Borges é morador de Vila Velha. Ele viajava o país com um grupo de médicos que tinha se deslocado para o Rio Grande do Sul recentemente, devido ao aumento da demanda por profissionais da saúde provocado pelas inundações.
O cunhado do médico, Herik Assis, contou que, na última segunda-feira (20), Walter saiu de no meio de cirurgia no Hospital Universitário de Pelotas, mas não retornou. Ao procurá-lo, profissionais o encontraram já desacordado, dentro de um banheiro. Apesar de fumar, ele não tinha histórico de problemas de saúde.
“Ele passou mais de 8 minutos sem oxigenação. Agora foram diagnosticadas algumas lesões cerebrais que indicam estado vegetativo. Ele é rodeado de médicos na família, e eles se juntaram para pedir uma ressonância, até para a família entender o que pode ser feito para melhorar a qualidade de vida nele”, afirma Assis.
Borges é o segundo médico capixaba a infartar neste mês, após se deslocar ao Rio Grande do Sul para atendimentos. Na manhã do dia 13 de maio, o cardiologista Leandro Medice, de 41 anos, foi encontrado morto em um abrigo de São Leopoldo, após infarto fulminante. Ele, que também morava em Vila Velha, estava no Sul do país como voluntário para ajudar as vítimas da chuva.
Família tenta trazer médico para o ES
Desde que sofreu o infarto, no dia 20, Borges está internado na Unidade de Terapia Intensiva em um hospital de Pelotas. A família tenta trazê-lo para o Espírito Santo, para ser tratado aqui. “Ele foi para lá entregar o trabalho dele, e agora a gente só quer trazer ele de volta”, conta o cunhado.
Segundo Assis, a equipe médica gaúcha entendeu que mudá-lo de hospital não traria melhora no quadro de saúde e, portanto, não haveria necessidade de transferência. A família, no entanto, tenta conseguir o translado do anestesista, para que possa continuar a ser cuidado pelos familiares.
“Ele é nascido e criado aqui. A família dele é do Espírito Santo, e ele está lá. Como família, a gente acha pode fazer alguma coisa. Mas, por ser um paciente do SUS, não conseguimos nem a condição de fazer um deslocamento privado”, relata o familiar.
A família buscou orientação junto à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), aqui no Espírito Santo, mas ainda aguarda respostas após enviar alguns documentos solicitados. A reportagem entrou em contato com a pasta para saber detalhes do caso, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Fonte: A Gazeta