CASA ABERTA evento consolidado em São Pedro

 

O evento que ocorre durante os quatro finais de semana de junho, tem como meta atrair visitantes a São Pedro, fomentar a economia, além resgatar a cultura local.

O III Casa Aberta é prova de que o evento já está consolidado em São Pedro do Itabapoana. E quem não sabe do que se trata, nem de longe imagina como a festa vem resgatando a cultura local. Sem apoio do poder público, quem realiza é a associação de moradores em parceria com os comerciantes e empresários, que apaixonados pelo local. São quatro fins de semana de junho com extensa programação cultural, desde saraus poéticos, apresentação de shows variados, leilões, exposições e muita comida nos bares e restaurantes, que oferecem uma gastronomia variada, desde a famosa galinha caipira com polenta e macarrão a comidas sofisticadas no Bistrô, onde a noite boêmia acontece.

O Casa Aberta foi iniciado por um morador apaixonado pela cidade, Balbino Miguel, que sonha grande e dedica sua vida a trazer para São pero do Itabapoana tudo o que há de melhor.  Quem passa pela cidade à tarde, encontra todas as casas fechadas e os moradores cuidando dos seus afazeres do dia a dia. Entretanto, à partir das 17h00 a cidade se abre, as pessoas aparecem nas praças e jardins, nas frentes das casas e se você circular pela vila, os moradores te abordam e te convidam para um café.

São Pedro do Itabapoana é um berço de arte e cultura que remonta parte da história do Espírito Santo.  “Aqui é basicamente o berço de uma história que o Espírito santo não conhece. Já hospedamos aqui uma pedagoga de Vitória que é professora de história e não conhecia a região e suas memórias que se misturam com a criação do Estado do Espírito Santo. O governo precisa rever seus conceitos e valorizar o início da história do Estado, porque Bom Jesus do Itapaboana foi uma cidade criada logo após o ciclo do ouro, juntamente com o ciclo do café”, explica Glícia Aguiar.

Um assunto meio velado da história cujos moradores não gostam muito de tocar é a tomada da cidade para Mimoso do Sul. O transporte da sede do município para Mimoso foi feito de uma maneira meio traumática para os moradores antigos. “Isso aconteceu na época dos meus avós e os moradores foram embora para outras localidades, só quem ficou foram os funcionários do Governo do Estado, que foram obrigados a ficar”, disse Aguiar.

Os bisavós de Glícia vieram de Diamantina, em Minas Gerais para Bom Jesus a convite do Governo para iniciar uma cidade que estava surgindo. “Dá para imaginar que em 1928, em São Pedro existiam cinco jornais e uma revista, e que era a segunda cidade mais populosa do Espírito Santo na época? Havia o melhor colégio do Sul do Estado, uma fábrica de seda, uma fábrica de ferradura que abastecia o norte Fluminense e o Sul o Espírito Santo. O nosso paraíso é uma pérola perdida”.

A professora Prudenciana Frade, proprietária da Casa Azul informou que o Casa Aberta é um evento onde as pessoas abrem as suas casas e colocam uma placa na frente onde especificam o tipo de serviços que estão prestando ou o que estão vendendo. Hospedagem, artesanato, antiquário, entre outros. “O objetivo do projeto é fomentar a economia local onde as pessoas tem a oportunidade de vender os produtos produzidos durante o ano e também promover a cultura, resgatando os saraus, apresentações clássicas com instrumentos musicais. Estamos procurando resgatar a cultura local do início do século 20”.

 

 

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