“Ele ia para casa fritar o robalo para o almoço”, disse a mãe, de Eriveldo assassinado como escudo

 

O crime ainda será investigado. Até o momento, o que se sabe é que, oito capsula de pistola 380 foram localizadas próximo a árvore onde Erivelto estava, o jovem não tinha envolvimento com o homem que também foi assassinado, segundo o que se apurou. Tudo indica que foi usado como escudo. O assassino assim que efetuou os disparos fugiu sem deixar pistas.

Tranquilo, simpático, na dele – lindo. Assim pode-se definir o jovem Erivelto Felix Ribeiro, 19 anos, que morreu no Hospital Nossa Senhora da Conceição, após ser alvejado com vários tiros no início da tarde de ontem, no bairro Piuminas, local mais conhecido como Areias, em Piúma. Erivelto estava à sombra de uma árvore, na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, conversando com o homem que o usou como escudo. O homem também foi assassinado, na rua da frente, a Manhuaçu.

Segundo algumas pessoas da rua, Erivelto nada tinha a ver com a suposta dívida do homem que também foi assassinado. Alguns relatos dão conta de que esse homem, o segurou quando avistou a moto parar próximo dele e o assassino sacar de uma arma, o colocou a sua frente e o jovem acabou sendo alvejado com vários disparos que o mataram.

A mãe de Erivelto, Sonia Felix conversou com a Reportagem no velório, afirmou que o filho era um jovem muito tranquilo, que como qualquer outro da sua idade não gostava muito de ser repreendido. Há poucos dias ela o pediu que excluísse do celular dele as músicas de funk, e ele para agradá-la baixou várias de louvores. Na noite de terça-feira, 10, ele teria pedido a ela que deixasse o peixe temperado que ele iria fritar para o almoço. Logo cedo ele saiu, foi a uma oficina mecânica, na volta, parou embaixo dessa árvore, onde foi alvejado, nem chegou a fritar o robalo, nem almoçou.

Com o coração dilacerado Sonia afirmou que, não mai vai residir no bairro, que tudo lembra o filho, os meninos na rua soltando pipa, jogando bola, os amigos na porta da casa dela. “Dói muito. Uma dor que não sei explicar. O homem usou meu filho como escudo. Eu pedia tanto que ele arrumasse uma namoradinha e se cassasse, queria um netinho com o rosto dele”, chorou a mãe, que trabalha como merendeira na Escola Municipal Infantil Célia Maria, de 7h00 as 16h00. “Ele estava sem trabalhar, ficava em casa, ia voltar a estudar, tinhas muitos planos. Meu filho, mataram meu filho”.

A reportagem recebeu informações de um colega de Erivelto, que preferiu não se identificar que dão conta que o homem assassinado que teria colocado o jovem de Piúma como escudo, estava morando a mais ou menos 50 metros da casa de Erivelto há pouco mais de um mês. Esse homem saia pouco de casa, raramente era visto. “Erivelto era tranquilão. Não ostentava, gostava de ‘andar no pano’, não era o tipo pegador, era humilde, vendeu o carrinho dele, pegou uma moto e deu para um irmão. Gostava de andar de bicicleta e conversar na rua. Não tinha envolvimento com nada errado”, disse.

O pedreiro Romário Medeiros conhecia muito Erivelto, moravam próximos. “Ele vivia na porta da minha casa. Ele era um molecão, um meninão, gostava de soltar pipa, agradava muito às crianças, o negócio dele era esse. Um menino 110 % do bem. Sem envolvimento nenhum com coisa errada. O que ocorreu com ele é inexplicável. Eu acho que foram atrás do Negão e pegaram dele. Meu coração está revoltado, dilacerado. Ele era um menino bão, não é porque morreu. Não fazia nada para prejudicar ninguém. Era sossegadão”, contou Romário.

Outro amigo de Erivelto que jogava bola com ele assegurou. “Ele era um amigão. Não era de bagunça, não mexia com coisa errada, era companheiro, estava com a gente direto. O que ele mais gostava era jogar bola. É difícil esse momento”, comentou Claudio Paulo Lapa, 23 anos.

A Polícia Civil vai abrir inquérito para investigar mais esses dois homicídios em Piúma. Até o momento a PC ainda não tem informações sobre quem é o outro homem assassinado.

 

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