Frieza e dissimulação para apertar o gatilho

 

A mulher que apertou o gatilho seis vezes e tirou a vida de um ser humano ético e nobre, traz marcas em sua personalidade que assustam. Fria e dissimulada, ela foi capaz de ir a uma festa, de muletas, sem ser convidada numa tentativa frustrada de arrumar um álibi para o crime que ela cometeria minutos depois de sua saída.

Carla Rogéria Ribeiro Lima, 46 anos, acusada de ter assassinado José Mauro Sales da Penha, 58 anos, no último dia 03, com seis tiros teria premeditado o crime nos mínimos detalhes. Teria até simulado um tombo nas escadas de uma agência bancária na pacata Vila.

No domingo, 03, um irmão de Carla estava completando aniversário e fez uma festa a noite. Por volta das 19h00, ela, que, não teria um bom relacionamento com ele e também não fora convidada, compareceu ao local da festa, mancando, usando um par de muletas, na localidade de Joacima, acompanhada do taxista, que também não era convidado da confraternização. Foram fazer o quê?

Os convidados teriam ficado surpresos com a presença inesperada de Carla, que, é funcionária efetiva da Prefeitura Municipal de Itapemirim com o cargo de telefonista.

Na gestão do prefeito afastado, Dr. Luciano de Paiva Alves, a acusada de ter apertado o gatilho contra o peito de Zé Mauro e ter ainda atirado nas mãos dele e nas costas foi gratificada com um cargo de coordenadora da Defesa Civil. Por que atirou nas mãos? Ele teria tentado abrir a porta, ela estava dentro do apartamento, eles estavam do lado de fora?

Segundo relatos de pessoas que conheceram Carla, ela era uma mulher nervosa e tinha bastante disposição para um barraco, carregava fama de brigona, enfrentava até homens, como tentou fazer com o secretário de Assistência Social insistindo que ele assinasse um documento para que a Prefeitura comprasse de uma empresa casas populares com modelo da China pela bagatela de R$54.000.00, e segundo o secretário, eram em torno de mil casas populares. Era gananciosa… Ele no seu primeiro dia a frente da pasta disse que não podia fazer aquilo, uma vez que era preciso conhecer melhor o projeto e conversar com o prefeito em exercício, Thiago Peçanha.

Carla Rogéria, a mulher que teria assassinado Zé Mauro, segundo a investigação, foi à festa, mas não permaneceu no local por muito tempo. Havia dito na confraternização que momento antes havia estado no Hospital Menino Jesus em Itaipava para se consultar com um ortopedista, pois havia caído de uma escada e machucado a perna.

Com a desculpa que o ortopedista não estava na unidade hospitalar e voltaria mais tarde, ela teria deixado a festa para seguir ao hospital, estava com o taxista. Ao sair da festa do irmão, onde não foi convidada uma mulher pediu uma carona até Itaipava. O taxista teria dito que não podia dar a carona, pois estava sendo pago para fazer a corrida da Carla. Ele é cúmplice, teve medo? Sabia que estava com uma mulher armada que saíra de casa para matar um homem inocente e do bem? E o esposo dela, não sabia de nada… A amante sabia de alguma coisa?

Em seguida, um tiroteio em Itaipava logo na hora do crime, que pode ter ocorrido às 20h30, uma vez que, Zé Mauro estava online no WhatsApp às 20h20 depois não foi mais visto online.

A assassina, como aponta a investigação usou o revólver do marido, e, se saiu de casa disposta a matar o secretário, foi à festa do irmão com a arma na bolsa.

Ligamos para o hospital para saber se Carla voltou a ser consultada após as 21h00, mas não obteve informação. E se foi medicada antes, não obtivemos resposta ainda.

O fato é que o crime não foi tão perfeito como pode ter planejado a mulher, que perdeu o cargo comissionado dias antes do episódio, e, segundo comentários, estava possessa… Perdeu o livre acesso aos corredores da Prefeitura onde ela tinha uma comissão especial.

Ficara possessa também quando o secretário de Turismo se negou a adquirir fogos para a 39ª Expoagro, era uma compra na casa de R$200.000.00.

Pelo que ficamos sabendo, de fontes não oficiais, no Confabani, ela também tentou colocar fogos para animar o evento, mas Zé Mauro teria dito que, era melhor alimentar as pessoas carentes do município, investir mais na saúde do que soltar fogos ao deus-dará na cidade com um custo tão alto aos cofres públicos.

Naquela noite fatídica do dia 03, que Zé Mauro foi covardemente assassinado, ela teria chegado de taxi, o mesmo que a levou a festa do irmão. E depois, o taxista teria deixado em casa. E seguido outro destino, onde acabaria pegando uma passageira em uma rodoviária.

Sem saber que estava deixando pistas, o taxista teria dito à passageira que haviam assassinado o Zé Mauro e os comentários eram que o assassino chegou de taxi. Ele teria dito que estava com medo de o associarem ao crime. Mas a passageira teria dito que a ele: pode ficar tranquilo que próximo à casa do secretário há muitas câmeras e certamente a placa foi flagrada. O taxista teria mudado a feição e ficado mais nervoso ainda.

A investigação chegou a Carla, e ela está foragida. A arma foi um revólver calibre 38, que seria do esposo. Mas ele não sabia de nada, apenas que dias antes ela estava muito nervosa e havia dito que iria matar Zé Mauro. O enteado também foi ouvido pela polícia.

Carla parece mesmo uma mulher dissimulada, no dia do velório passou em frente à casa da família de Zé Mauro de muletas e ainda teria cumprimentado pessoas ligadas ao secretário.

A mulher que matou Zé Mauro, segundo a polícia ficara furiosa porque Zé Mauro havia interferido nas transações do marido com a comercialização de fogos de artifício. A empresa já fez vendas de pelo menos um milhão e quinhentos mil.

Segundo um delegado que também está no caso, o inquérito ainda não foi concluído. Há ainda possíveis revelações…

O celular corporativo de Zé Mauro teria sido jogado no Rio Itapemirim por ela mesma, o Corpo de Bombeiros iria hoje vasculhar o fundo na tentativa de encontrá-lo. Ela está foragida. Há quem diga que já foi localizada. Há quem diga que está na casa de uma das filhas de uma namorada dela, que mora em Bangu, no Rio de Janeiro.

E Itapemirim sofre com mais esse bárbaro episódio. Há quem diga que Carla pode ser queimada, ou seja, que ela sabe muito e que não fez nada sozinha, que o destino dela talvez nem seja a prisão. As cenas dos próximos capítulos precisam ser aguardadas. Enquanto isso, ficamos por aqui apenas narrando essa crônica policial.

 

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